em relação ao problema eternamente explorado da entrega das reservas.

O Sr. José Manuel Casqueiro (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. José Manuel Casqueiro (CDS): - É para pedir um esclarecimento.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Carlos Lage pretende responder já ou prefere ouvir todos os pedidos de esclarecimentos?

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, se me dá licença, sugeria responder já aos pedidos de esclarecimento que me foram feitos, pois insere-se aqui uma outra polémica na qual com certeza o Sr. Deputado José Manuel Casqueiro quer entrar neste momento.

Portanto, se V. Ex.ª me dá licença, responderia já às perguntas que me foram formuladas e o Sr. Deputado José Manuel Casqueiro aguardava, até porque vou ser muito breve.

O Sr. Presidente: - Então faça favor, Sr. Deputado Carlos Lage.

O Sr. Carlos Lage (PS): - O Sr. Deputado Rui Pena teve uma oportunidade considerável de esclarecer as duas versões do discurso do Prof. Freitas do Amaral, Vice-Primeiro-Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Esta Câmara e o Grupo Parlamentar do Partido Socialista ficar-lhe-iam muito gratos se em vez de ter proclamado quais os princípios da política externa que defende nos tivesse simplesmente esclarecido qual o motivo que presidiu à elaboração das duas versões, o que é que isso significa e se isso é ou não uma política de duas faces: uma para o interior, outra para o exterior. Perdeu a oportunidade e muito lhe agradeceríamos se conseguisse deslindar esse tão intrincado problema.

O Sr. Deputado Ângelo Correia diz que o Governo já fez a adesão à Europa. Esperemos que o Governo faça a adesão a Portugal.

Vozes do PS: - Muito bem!

Vozes do PSD:- Eih!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - A adesão a Portugal?!

socialistas são obrigados a assegurar a gestão corrente dos governos civis.

Uma voz do PSD: - Muito obrigado!

O Orador: - Não tem nada que agradecer, pois é um trabalho que se faz pela população e não pela Aliança, já que a Aliança só nos merece oposição e, neste caso, desprezo.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Coitadinho!

O Orador: - Quanto às questões relacionadas com a mudança nos órgãos de comunicação social como o Sr. Deputado eufemisticamente disse, não é uma mudança, é um assalto, é um saneamento.

Vozes do CDS: - Ah!!

O Orador: - Todo o País vê que é assim e não vale a pena o Sr. Deputado tentar ocultar aquilo que é evidente e perfeitamente claro aos olhos de qualquer cidadão minimamente informado.

Mas, diz o Sr. Deputado que João Tito de Morais não quis continuar. Claro que ele não quis continuar porque muito correctamente não podia manter-se quando não foi consultado para as mudanças então produzidas e passaria a ser a peninha para enfeitar um leque de personalidades todas elas afectas à Aliança Democrática.

Também o mesmo aconteceu com Soares Louro que, como vem fazendo noutras oportunidades, colocou o seu lugar à disposição do Governo. O Governo perdeu uma oportunidade de dar um ar de independência e de imparcialidade mas aproveitou para o substituir por um homem da sua confiança, por um comissário político, tal como eu disse na minha intervenção.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Esse não era peninha!

O Orador: - Portanto, chegamos à conclusão e ficamos cientes de que a culpa não é da AD, é nossa.

Quanto ao Sr. Deputado Sousa Tavares, quero dizer-lhe que o Partido Socialista nunca afirmou que a aplicação da Lei da Reforma Agrária envolvia apenas problemas de transferência de propriedade ou de marcação de reservas. Portanto, a sua pergunta é praticamente supérflua.

Sempre dissemos que além do problema da transferência da propriedade do solo e da marcação das reservas, há problemas técnicos e económicos importantes de dimensionamento das explorações colectivas, do seu estatuto, questões que têm sido sobejamente levantadas por nós. Mas não queremos deixar de marcar a nossa discordância sobre a orientação que tem