do Partido Socialista, lhe é absolutamente necessária no período eleitoral propriamente dito, como tentativa desesperada de recuperar uma posição que julgamos definitivamente perdida.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Só que se é legítimo aceitar e compreender o aproveitamento deste período da vida portuguesa em que de um projecto de indefinição se passa a um projecto de clarificação e à afirmação de uma autêntica política económica e social, não podemos nós também, por obediência ao prestígio parlamentar, que desejamos ver aumentado, deixar de trazer à colação a situação passada, caracterizada pela hesitação" e fluidez de que a denominada esquerda foi porta-voz privilegiada, que não competente, durante a vigência de todos os Governos (inclusive o IV), já que a execução, na sua pane mais nobre e substancial, tem estado a cargo de quadros dirigentes da sua área ideológica, em nítida situação de maioria nos lugares-chave da Administração e das empresas públicas, mas onde sempre se notaram, aliás, preocupantes acções de incoerência e de falta de convicção.

Mas concretizemos um pouco mais as incoerências e o seu fundamento das oposições.

O Partido Comunista P ortuguês conhecendo bem as dificuldades das classes mais desfavorecidas, embora interpretando mal os seus anseios, tenta arvorar-se em advogado das suas dificuldades reais provenientes de três períodos distintos, a saber:

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Ora, quanto à liberdade, e por muito que nos custe, não é campo onde possamos considerar aceitável o comportamento do Partido Comunista, sem necessidade de exercício político comparativo por nos ser suficientemente esclarecedor o que foi possível observar, e sentir, no período de quase regime de democracia popular, entre o 25 de Abril e as proximidades do 25 de Novembro.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Os fundamentos do Partido Socialista são naturalmente, outros e muito diferentes.

Com efeito e após um longo período em que predominantemente se preocupou em marginalizar e dividir os outros partidos, em doentia estratégia palaciana, esquecendo-se de que o socialismo para ser compreendido e eventualmente aceite, sempre por uma minoria, carece de esclarecida pedagogia e muita coerência na acção concreta ...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - ... reparou, após a publicação do programa eleitoral do Governo da Aliança Democrática, de que talvez fosse de tentar falar mais e preferentemente de expandir a economia, melhorar o nível de vida em substituição da estafada componente das liberdades e de gestor zeloso dos ganhos revolucionários consubstanciados nas nacionalizações.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Uma voz do PSD: - Muito bem!

O Orador: - ...{na altura já publicado), mas sem poder invocar credibilidade de bom executor, como ficou politicamente comprovado em 2 e 16 de Dezembro, e apenas tem justificação e algum mérito para falar da estabilização da crise do referido primeiro subcapítulo aliás apenas parcialmente conseguida na tradução de alguns indicadores macroeconómicos, mas crise de onde não conseguiu tirar o País por falta de tempo ou da adopção de medidas corajosas, o que, para o caso e em política, é agora quase indiferente porque historicamente arrisca-se à caracterização de partido gestor de crises e sua manutenção.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Deixe-se disso!

O Orador: - Mas uma importante dúvida se mantém no meu espírito e no de muitos agentes económicos portugueses com quem, devido à minha actividade profissional provisoriamente interrompida, contacto diariamente e que, em meu entender, o Partido Socialista não consegue desfazer de fornia satisfatória.

É que, partindo do pressuposto da estabilidade e clarificação políticas que se tornaram, além de factores importantes que sempre são, em objectivos essenciais da vida portuguesa, há que definir, de