Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Num momento em que a «prioridade das prioridades» deste Governo é a negociação da nossa adesão à CEE, como já salientou o Sr. Vice-Primeiro-Ministro, Portugal não pode sofre mais de ambiguidades resultantes da indefinição de. parâmetros fundamentais da nossa vida económica. Se foi afastado o modelo soviético e se também não serve ao País o modela que contrapõe multinacionais às empresas nacionais estatizadas como ficou há dias claro através dei uma intervenção da nossa bancada -, urge lançarmo-nos na via europeia. A .política do Governo a isso conduz, temos o apoio dos nossos amigos da Europa livre e democrática e por m«is obstáculos que a oposição nos coloque aqui ou lá fora, os objectivos serão alcançados.

Termino dizendo o seguinte: o Sr. Deputado Vítor Constando disse-nos na sua intervenção que «não tinha culpa, porque: não tinha votado AD», nós na AD continuaremos a trabalhar para que das próximas eleições resulte uma nova e substancial maioria para esta Câmara.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.

O Sr. António dos Santos (PS): - Isso é que era bom!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, para uma intervenção tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Carvalhas.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Vira o disco e toca o mesmo!

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Acabaram de falar três Srs. Deputados apoiantes da coligação governamental e todos eles tiveram por tema central uma digressão histórica.

A intervenção do Sr. Deputado Macedo Pereira teve a vantagem de vir esclarecer a Câmara que as taxas actualmente em vigor são resultantes da votação favorável que o PSD e o CDS deram ao Orçar mento Geral do Estado do Governo Mota Pinto. Ficámos esclarecidos!

Risos do PCP.

O Sr. Deputado Luís Barbosa na sua intervenção quis saber o porquê da interpelação visto que o Governo só tinha dois meses de governação. Sr. Deputado, fizemos perguntas concretas sobre estes dois meses e sobre o futuro.

O Sr. Deputado Mário Adegas disse que o Governo respondeu a tudo. Ë uma afirmação!

Gostaríamos de dizer que fizemos aqui ontem quinze perguntas muito concretas e lamentamos ter de afirmar que destas quinze perguntas o Governo se limitou a abordar quatro, mesmo assim nessas quatro ficou-se pela evasiva.

Apesar de instado concretamente sobre se mantinha a taxa de crescimento do PIB superior a 4%, em termos reais, o Governo e o Sr. Ministro das Finanças pura e simplesmente não responderam. Mas nós respondemos-lhe, que, com a quebra nas exportações e volume dei consumo interno previsto, o produto interno bruto não só não ultrapassará os 4%, como ficará a um nível inferior a 3%. Aqui está uma resposta quantificada.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Muito bem!

O Orador: - O Governo não respondeu qual a taxa de formação bruta de capital fixo que prevê para este ano; não nos respondeu como vai evoluir o desemprego; não nos respondeu se vai manter ou diminuir as taxas de juro e, no segundo caso, quando e como. Nada nos disse sobre a dívida externa; não avançou qualquer número sobre déficit da balança das transacções correntes. Mas nós afirmamos-lhe que, com a política demagógica do Governo, este será superior a 900 milhões de dólares. Aqui está outra resposta concreta, precisa e quinta-feira. O Governo também não nos disse quando pensa apresentar o Orçamento Geral do Estado nem qual o déficit do orçamento corrente que prevê.

Isto é uma realidade, isto define um Governo, isto pode ser comprovado pelos registos desta Casa. Damos portanto por repetidas todas as perguntas formuladas. Ficamos à espera, ainda à espera, que o Governo responda.

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Vítor Louro.

O Sr. Vítor Louro (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Apresso-me a intervir, não vá ter de o fazer na ausência do Ministro que é especial destinatário desta pequena exposição, tal como acaba de acontecer com o meu camarada Carlos Carvalhas em relação ao Ministro das Finanças que parece não ter nada a ver com o que aqui se passa.

Uma voz do PSD: - Está a trabalhar!

cação o Governo estabeleceu o regime de preço livre ao consumidor. Num gesto que ainda há minutos o Sr. Ministro do Comércio e Turismo aqui apresentou como magnânimo, fixou um preço de garantia ao produtor de 95$, isto é, apenas 6 % superior ao do ano passado, apesar de a inflação ter sido