Fez-se aqui referência ao discurso manifesta e objectivamente antidemocrático do seu secretário-geral, quando lançou em Arraiolos um grito de guerra antidemocrático contra o Governo da Aliança Democrática, que está no poder legitimamente por força do sufrágio popular no dia 2 de Dezembro.
Aplausos do CDS.
São antidemocratas aqueles que não respeitam, o voto popular...
Protestos do PCP.
...e o PCP, ao negar validade e legitimidade ao Governo da Aliança Democrática, coloca-se manifestamente no campo antidemocrático. E dai, natural» mente, os seus reparos acerca da situação no Alentejo que é claramente criada pelo próprio PCP.
Vozes do CDS: - Muito bem!
O Sr. Vital Moreira (PCP): - Vocês não toleram a oposição!
O Orador - Relativamente ao Partido Socialista, gostaria eu, Sr. Presidente e Srs. Deputados, de distinguir o Partido Socialista das demais oposições que apoiaram o 11 de Março. Mas o Partido Socialista não permitiu essa distinção. E não permitiu porque serviu precisamente de encobridor ao PCP e não deixou que nesta Câmara se esclarecesse, como seria mister, todo o processo do 11 de Março e do 25 de Novembro.
É precisamente através do apoio que o Partido Socialista de à Lei da Amnistia, é precisamente através desse acto de verdadeiro encobrimento que estamos impedidos realmente de distinguir o papel verdadeiramente democrático e lutador do Partido Socialista, do seu seguidismo ambíguo face ao PCP e do seu encobrimento às manobras que o PCP provocou nesse dia 11 de Março.
O Sr. Vital Moreira (PCP): - O vosso seguidismo em relação ao Estado Novo é mais notório!
Aplausos do CDS do PSD e do PPM.
O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, peço a palavra para um protesto.
O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Sr. Deputado R
O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Obviamente porque não mereceu.
O Orador: - ... porque ele sabe quem é que efectivamente instiga e desestabiliza o Alentejo, quem é que se põe contra os interesses dos trabalhadores.
E, em contrapartida, aponta-me possivelmente já à Judiciária, para entrar no âmbito da nota do Governo do Sr. Sá Carneiro, como instigador do clima insurreccional. Sr. Deputado Rui Pena, eu não instigo um clima insurreccional, quem o f az é o Governo. Eu ponho-me ao lado dos trabalhadores e, se for preciso, eu e a UDP estaremos com eles na luta, seja ela qual for, contra o Governo, contra as medidas reaccionárias deste Governo.
Protestos do CDS.
O Sr. Presidente: - Para um contraprotesto, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Pena.
O Sr. Rui Pena (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, é para dizer muito serenamente ao Sr. Deputado Mário Tomé que nós, da nossa parte, continuaremos serenamente...
O Sr. Carlos Brito (PCP): - Serenamente?!
O Orador - ... a governar, a apoiar o Governo da Aliança Democrática e se alguma vez das palavras se passar aos actos e for realmente instaurado o clima antidemocrático e insurreccional que as palavras do Sr. Deputado Mário Tomé parece fazer sugerir, nós aqui estaremos na nossa barricada da democracia...
Risos do PS e do PCP.
Aplausos do CDS.
O Sr. Vital Moreira (PCP): -Não é barricada, é barrigada!
O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura.
A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O meu partido subiu hoje a esta tribuna pela solenidade da homenagem que deseja prestar a uma grande figura nacional e também pela matéria da intervenção se considerar importante para a nossa vida nacional.
Em todo o caso, permita-me, Sr. Presidente, que antes da .minha intervenção, em nome do meu partido e no meu próprio nome, manifeste ao povo alentejano a nossa solidariedade fraterna, sobretudo aos trabalhadores que neste momento estão a ser alvo dos ataques brutais da GNR.
Aplausos do MDP/CDE do PCP da UDP e de alguns Deputados do PS.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: No passado dia 2 de Março fez cem anos que nasceu em Castelo Branco um grande pedagogo, um grande professor e um gran-