intervenção. Isso parece-me ser mais do que suficiente para exercer o direito de protestar ou contraprotestar...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Agora é! Isso até parece que já vinha escrito...

O Orador: - ... e, fundamentalmente, para dizer o seguinte: creio que, nenhum Sr. Deputado de boa fé pode negar que a minha intervenção, em que deduzi acusações gravíssimas contra o MAP e contra a política do Governo, as documentei, as enunciei, e, tal como disse, apresentei imediatamente para os serviços de imprensa, e continua à disposição de qualquer dos Srs. Deputados desta Casa, o anexo em que, a título exemplificativo mas suficientemente demonstrativo...

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Amplo!

O Orador: - ... juntei à minha intervenção, demonstrando a verdade de todas as acusações que fiz ao MAP. Quem faz acusações e prova, não calunia, Sr. Deputado Narana Coissoró!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Já ouvimos isso muitas vezes.

O Orador: - E o Sr. Deputado, que, como se sabe, também tem «loja de requerimentos», como diria o Camilo, tem. naturalmente, os conhecimentos jurídicos suficientes para saber que quem diz a verdade não calunia.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Por tal forma, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que o problema que se me põe, fazendo ainda jus à boa fé e vontade dos Deputados Rui Pena e Narana Coissoró, é o de que eles estão a protestar contra as violências, as arbitrariedades, as ilegalidades e os crimes do MAP que demonstrei ter provado com esse anexo. Isso, com certeza, será da vossa parte muito bonito, muito lindo, muito distinto, estará de harmonia convosco, e, se assim for, regozijo-me muito com a minha intervenção.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem então a palavra o Sr. Deputado Luís Filipe Madeira para responder.

O Sr. Luis Filipe Madeira (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Depois desta série de interpelações e do tempo que mediou, vou tentar ainda, com as breves notas que tomei, responder, como é de justiça, a todos os Srs. Deputados.

Seguindo a ordem cronológica porque foram feitas as intervenções, principio pela Sr.ª Deputada Natália Correia Começaria por lhe prestar a minha homenagem, como pessoa da cultura que é, por ter tido a isenção suficiente para reconhecer que o Governo que a apoia governa mal a cultura portuguesa.

A Sr.ª Natália Correia (PSD): - Todos os Governos!

eu próprio Governo!

Finalmente, Sr. Deputada, o meu partido não tem estado inerte em matéria de problemas culturais já que a Meia da Assembleia tem sido regularmente «bombardeada» por requerimentos da minha bancada sobre assuntos culturais.

O Sr. Deputado Rui Pena acusou-me de ter feito uma grave acusação. Contudo, devia ter acusado o Governo que apoia de ter cometido graves anomalias e irregularidades. As acusações ou são falsas ou verdadeiras. E se são verdadeiras quando são graves, é porque a falta também é grave!

O Sr. Deputado pergunta quem é que põe em causa a democracia, e eu respondo-lhe que é o Governo, quando protege, quando cala, quando fomenta a corrupção!

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): -- É falso! É falso!

O Sr. Rui Pena (CDS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Rui Pena (CDS): - O Sr. (Deputado importa-se de apontar concretamente um caso de corrupção de que seja responsável o actual Governo?

Risos do PS e do PCP.

O Orador: - Sr. Deputado, eu não disse apenas que este Governo fomentava a corrupção por fomentar. Ainda que o Sr. Deputado me desafie a uma prova que não posso fazer aqui...

Vozes do CDS: - Ah! Ah!

O Orador: - Calma, Srs. Deputados.

Seja como for a verdade é que o actual Secretário de Estado da Reestruturação Agrária, o Sr. Goulão, que parece que este Governo se prepara para «alijar pela borda fora», é que se recusou a pronunciar-se sobre casos de corrupção feitos no seu tempo, e que eu tenho, pelo menos agora, o dever de diligenciar, investigar e punir. E quando ele protege, quando ele cala, está a ser, pelo menos encobridor, um cúmplice dos corruptores.

Vozes do PS: - Muito bem!