O Orador:- Parece que há protestos o que, nem toda a bancada do Partido Socialista está de acordo.

O que sucede é que o Sr. Deputado Jorge, Sampaio, em vez de utilizar aquilo, que o Financial Times diz ser o tipo de atitude e procedimento que o caracterizam, veio aqui afinal reeditar uma demagogia oca, apenas talvez num tom mais apressado, dadas as novas práticas regimentais do Sr. Presidente.

Vozes do PSD: - Muito, bem!

O Orador: - Gostava de lhe perguntar apenas uma coisa, visto todos os termos que aqui trouxe serem demasiado vagos, ditos em palavras demagógicas, pouco provadas e documentadas, para merecerem uma análise de detalhe, ou seja, desse quadro tão negro que traçou da actual situação da democracia portuguesa e da forma serena como o Governo cumpre o Programa aprovado pelo eleitorado extraiu a conclusão que Portugal está numa situação que, face aos valores da liberdade, face aos valores da defesa dos direitos humanos, deve ser considerada inferior ou menos favorável do que aquela que se verifica na Jugoslávia ou na Argélia de hoje.

Aplausos do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Roseta, para formular um protesto. Dispõe exactamente de três minutos.

O Sr. Pedro Roseta (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados:

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Cassette n.º 2!

O Orador: -- Queria protestar em nome do Grupo Parlamentar do Partido Social-Democrata contra esta declaração política, demagógica e maximalista, que mostra o desespero em que está caído o Partido Socialista.

Vozes do PM e do CM. - Muito bem!

Risos do PS.

O Orador: - Com esta declaração mais uma vez o Partido Socialista renega parte do seu passado recente dos últimos anos, renega várias das leis que votou e que o actual Governo está a aplicar.

Vozes do PSD:- Muito bem!

O Orador: - Esquece-se dos conflitos entre órgãos de Soberania que ele próprio provocou, nomeadamente com a sua experiência de governo minoritário.

Não posso ainda deixar de protestar contra os processos de intenção, não provados, sobre as ameaças à democracia, direitos, liberdades e garantias do cidadão que a Aliança Democrática e o seu Governo não fizeram, nem farão. A fórmula demagógica do caetanismo sem Caetano e sem colónias deve ser a projecção de um fantasma do Sr. Deputado. O Sr. Deputado, veio aqui introduzir os esquemas de ataque à democracia que um governo pode realizar.

O Sr. Ângelo Correia: - Muito bem!

O Partido Socialista é como o menino da fábula que fala do lobo que ele próprio chama, mas que não aparece. O Partido Socialista está a chamar aqueles que querem atacar a democracia.

Protestos do PS.

O Sr. Deputado falou na renovação das mas não é o Partido Socialista que pela sua posição e concepção fixista da sociedade e do Estado, está a lutar pelo anquisolamento das instituições

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Como ousa o Partido Socialista falar na qualidade e no nível de vida dos Portugueses? O que é que ele fez ao longo destes três anos e, meio?

Vozes do PSD- - Fez tudo mal!

O Orador: - Qual é a sua responsabilidade na quebra do poder de compra dos Portugueses e na destruição do património nacional?

Protestos do PS.

Protesto contra esta demagogia, contra esta responsabilidade. Estamos a sofrer as consequências das experiências que o Partido Socialista quis fazer passar aos Portugueses: dezoito meses de governo minoritário e incompetente e os outros que nem vale a pena enunciar.

Aplausos do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Sousa Tavares.

Aplausos do PSD.

O Sr: - Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Azevedo Soares.

O Sr. Azevedo Soares (CDS): - Sr. Presidente, Srs, Deputados: Queria perguntar ao Sr. Deputado Jorge Sampaio, o seguinte: a Rodoviária Nacional está ou não está em situação económica difícil? Quem criou a figura das empresas em situação económica difícil? Considerar a Rodoviária Nacional em situação económica difícil é uma atitude antigreve?

Queria igualmente perguntar ao Sr. Deputado Jorge Sampaio se considera o referendo um instituto antidemocrático,