talhões de terreno que querem explorar com as suas famílias ou, cooperativamente, com todo o apoio técnico e financeiro que o programa da AD dá?

O Sr. Vital Moreira (PCP): - E até oferecem dinheiro!

O Sr. Pedro Rosete (PSD): - Isso de dinheiro é convosco!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, tenham a bondade de evitar o diálogo.

O Sr. José Manuel Casqueiro (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, para que efeito pede a palavra?

O Sr. José Manuel Casqueiro (CDS): - Para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Carlos Brito, ainda que a pudesse pedir para fazer um protesto, já que fui atingido pessoalmente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Mas, afinal, é para pedir esclarecimentos ou para protestar?

O Sr. José Manuel Casqueiro (CDS): - V. Ex.ª tem sempre o grato prazer de perguntar qual o fim para que se pede a palavra. Penso por vezes que se quer substituir ao próprio Presidente da Assembleia, Sr. Deputado Veiga de Oliveira.

Sr. Deputado Carlos Brito, é para mim com bastante agrado que vi, mais uma vez, o representante do Partido Comunista falar em nome do Partido Socialista, ao atribuir-se como verdadeiro representante da minoria da oposição. Saúdo-o!

Uma voz do PS: - É a cassette!

O Orador: - O segundo aspecto, 6 para referir que a declaração política do Sr. Deputado Carlos Brito visa, com certeza, camuflar a frustrante jornada de luta em defesa das conquistas do Partido Comunista e não em defesa de uma verdadeira Reforma Agrária, que o Governo da Aliança Democrática está e vai continuar a executar, quer a oposição goste ou não.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Por isso recebemos o mandato da maioria do povo português.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - A minoria!

O Orador: - Se fôssemos minoria há quanto tempo já a oposição teria feito cair o Governo do Dr. Sá Carneiro!

O Sr. Manuel Moreira (PCP): - É evidente!

O Orador: - Provem que são maioria nesta Câmara!

Vozes do PCP: - Ah!...

O Orador: - O terceiro aspecto é para perguntar de uma forma muito clara ao Sr. Deputado Carlos Brito com que finalidade ele e o seu partido se arrogam agora no direito de afirmar qual a forma de distribuição e as áreas que devem ser dadas como propriedade individual aos trabalhadores rurais, aos seareiros e aos rendeiros. Os senhores, que em 1975, quando tiveram o Poder, ocuparam as terras de muitos desses pequenos agricultores.

Vozes do PSD e do CDS: - Muito bem!

Vozes do PCP: - É falso!

O Orador: - Com que direito vem agora falar o Sr. Deputado, quando o Governo da Aliança Democrática está a procedera um nova estrutura fundiária? É isso que os apavora: é que, ontem, por exemplo - o Sr. Deputado não disse, mas eu afirmo aqui -, em Santarém, houve uma poderosa manifestação de trabalhadores em defesa da Reforma Agrária. Eram trinta e quatro tractores com trinta e quatro pessoas em cima.

Risos do CDS e do PSD.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Isso eram os latifundiários da CAP! São mais do que isso!

O Orador: - Sr. Deputado Carlos Brito, não posso deixar de aproveitar a ocasião para dizer algo mais, até porque já considero que é lamentável, e nós, maioria parlamentar não podemos continuar a permitir que esta seja a Assembleia da Reforma Agrária, quando há tantos outros problemas.

O Sr. Presidente: - Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.

O Orador: - Sr. Presidente, dá-me licença que acabe.

O Sr. Presidente: - Não dou, Sr. Deputado, passaram os três minutos. V. Ex.ª esgotou o seu tempo.

Protestos do CDS.

O Sr. Alexandre Reigoto (CDS): - Mas está mal!

O Sr. José Cardoso (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra para um protesto.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado. Dispõe de três minutos.

O Sr. José Cardoso (PSD): - Sr. Presidente, quero protestar contra a forma como o Sr. Deputado Carlos Brito fez a sua declaração política após dois meses de posse do actual Governo. Fê-la, essencialmente, criticando o modo como o Governo está a actuar no Alentejo. E tenhamos todos a consciência, Srs. Deputados da maioria e Srs. Deputados de oposição, que neste momento tanto o Partido Comunista como o Partido Socialista não nem mais a criticar ao Governo da Aliança Democrática senão que está a repor a ordem no Alentejo. E estamos a fazer