liberdade à exploração, a paz ao ódio, o mais bem-estar à eterna proletarização.

Aplausos do PSD e do CDS.

Risos do PCP.

Em síntese, as acusações da oposição são de um modo geral falsas. Por consciência, irresponsabilidade, má fé ou simples ignorância. Mas são falsas.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Apoiado!

O Orador: - A oposição ao VI Governo não está a demonstrar que se bate pela resolução dos problemas nacionais, pelo bem-estar da população, mas antes pelo único objectivo de atacar o Governo e a maioria que o apoia.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Acusa não porque tenha razão, Não porque tenha ou vá apresentar soluções, mas apenas como consequência de estar na oposição.

Bom seria, se deste debate a oposição se afirmasse com propostas construtivas.

Não é que discutamos a legitimidade de a oposição se apresentar como tal. Mas que o faça construtivamente.

Se ao menos a actual oposição enquanto foi Governo ou o influenciou decisivamente tivesse apresentado um saldo positivo da actuação ainda e perceberia. Mas nem isso.

Critica hoje aquilo que já fizera e até aquilo que não fizera.

Os discursos da oposição não são assim sobretudo virados contra este Governo, mas acima de tudo contra o seu próprio discurso.

A oposição acaba, pois, por se transformar em inimiga de si própria.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Lino Uma (PCP): - Parece o Alves da Cunha!

Risos do PCP e do PS.

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Os dois documentos em análise consagram em alguns domínios o espírito de mudança que desejamos introduzir no nosso país.

0 seu primeiro aspecto visível reside nos objectivos propostos, cujo conteúdo representa uma mudança face ao passado.

Durante os governos anteriores nunca a prioridade máxima fora concedida à a melhoria das condições de vida da população portuguesa".

E isso está na escrita deste Governo. Não, está na escrita de governos anteriores que outros partidos da oposição aqui apoiaram.

Aplausos do PSD e do CDS.

Vozes do PCP: - Está na escrita!

O Orador: - Foi necessário a Aliança Democrática assumir o Governo, para enfim se poder cumprir um dos objectivos do 25 de Abril.

Daí, se poderem desde já extrair duas conclusões:

A primeira é que o facto de alguns se dizerem "ao lado das classes mais desfavorecidas"...

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Nem se nota ...

O Orador: ... não tem encontrado correspondência pela sua prática.

A segunda é a de que o VI Governo torna viável o 25 de Abril celebrando os seus verdadeiros objectivos.

Vozes do -PSD: - Muito bem!

O Orador: - A melhoria de vida das famílias portuguesas passa no ano de 1980 pela obtenção de um aumento do seu consumo,

Durante os governos anteriores, apoiados pelo Partido Socialista e, pelo Partido Comunista...

A Sr.ª Maria Emília de Melo (PS): - E o CDS!

O Orador: - ..., o consumo público cresceu, enquanto o das famílias e cidadãos praticamente se manteve e até decresceu, e, quando a austeridade foi introduzida como uma carga a suportar, não o foi em termos de justiça nem de equidade.

Agravou-se a situação das famílias e não se atacou o problema do sector público.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Parece que estamos no circo, Sr. Deputado ...

O Orador: - A austeridade não foi assim igualmente repartida, o que provocou em muitos casos uma falta, de adesão a essa própria política apontada.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sabendo nós que Portugal vive em circunstâncias difíceis, não escondemos a necessidade de sermos austeros.

Mas em vez de se aplicar a terapêutica só à custa de alguns, dever-se-á fazê-la mais igualitariamente.

O Sr. Manuel Moreira (..PSD): - Muito bem!

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - É isso!

O Orador: - Desse modo os sacrifícios podem ser minorados e até melhor compreendidos pelo povo.

0 consumo dos cidadãos pode então crescer em termos reais. Crescerá pela via tríplice dos salários, dos benefícios sociais e da redução de alguns, impostos directos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Vozes do PCP: - Ena!

O Orador: - E quando as oposições não entendem isto, ou é por má fé, ou por uma elementar ignorância do que é a economia.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Somos todos ignorantes!...