O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Sempre caluniador e provocador!

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - É um provocador!

Aplausos do PCP, do MDP/CDE e do Sr. Deputado Armando Bacelar (PS).

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Que cassette tão estafada!

O Sr. Presidente: - Para interpelarem o Sr. Deputado Carlos Carvalhas pediram a palavra os Srs. Deputados Macedo Pereira e Mário Adegas.

Tenha a bondade Sr. Deputado Macedo Pereira.

O Sr. Macedo Pereira (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Antes de mais, queria fazer um curtíssimo protesto quanto à forma falaciosa como o Sr. Deputado Carlos Carvalhas fez a sua intervenção sobre a análise do Orçamento Geral do Estado.

Começo por apresentar dois exemplos muito concretos. O Sr. Deputado Carlos Carvalhas refere o peso da tributação indirecta face à directa. De facto, nós sabemos que os impostos indirectos são injustos, porque cegos, e concordamos com a injustiça que isso representa, mas pergunto-lhe: foi ou não durante o Governo de Vasco Gonçalves e durante os Governos socialistas que esse exagero de tributação indirecta face à directa se verificou?

Disse-nos também o Sr. Deputado Carlos Carvalhas uma coisa que, de facto, é de espantar: que no gonçalvismo a inflação se reduziu de 20 % para 15%. Mas é ou não verdade que estamos hoje a pagar toda essa política, por um lado, através do aumento brutal do serviço da dívida pública, como eu demonstrei há pouco, e, por outro, através dos deficits acumulados nas empresas, quer públicas, quer privadas?

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Não é verdade!

O Orador: - E disse mais o Sr. Deputado Carlos Carvalhas: disse que as promessas eleitorais da AD vão caindo uma a uma. Para terminar, Sr. Presidente e Srs. Deputados, direi que as promessas eleitorais da AD vão sendo cumpridas uma a uma e é isso que dói ao Sr. Deputado Carlos Carvalhas!

Aplausos do CDS e de alguns Deputados do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mário Adegas.

O Sr. Mário Adegas (PSD): - Eu desejava formular ao Sr. Deputado Carlos Carvalhas três perguntas que são as seguintes: o Partido Comunista Português normalmente apresenta nesta Câmara e fora dela discordâncias profundas quanto à integração europeia. Assim, pergunto quando é que o Partido Comunista Português provavelmente já não nesta sessão legislativa, mas talvez na seguinte tem a coragem de fazer uma interpelação nesta Assembleia para que se reassuma, de uma vez por todas, a opção nacional de adesão ao Mercado Comum Europeu, a fim de que esta discordância sistemática deixe de se verificar.

Em segundo lugar, e cada a já referida situação económico-financeira determinada de muitas empresas portuguesas, eu gostaria de perguntar ao Sr. Deputado Carlos Carvalhas se considera que a responsabilidade da política económica e financeira de Governos anteriores e a falta de estabilidade política verificada no País são ou não as causas responsáveis por esta situação. Considera ou não injusto esperar que este Governo, em apenas quatro meses, não obstante o trabalho já efectuado, consiga a recuperação que todos desejamos?

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Muito bem!

O Orador. - Finalmente, gostaria de perguntar ao Sr. Deputado Carlos Carvalhas se não considera que o teor de algumas das suas declarações é despropositado no ambiente e no regime democrático em que estamos a viver.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Carvalhas para responder, se assim o desejar.

estatísticos, a inflação foi travada, a economia aguentou-se apesar da crise do capitalismo de 1974-1975, apesar da sabotagem dos grandes grupos económicos e do cerco do imperialismo. E em 1975 não só as reservas de ouro estavam intactas como foram deixados 16 milhões de contos em divisas e inclusivamente foram pagos alguns débitos anteriores, isto é, a balança comercial sofreu uma redução do seu déficit. Esta é a