Finalmente, e em relação à protecção animal - oh Sr. Deputado!-. o Sr. devia ter mais cuidado na afirmação que fez, e isto porque acaba de se descobrir uma rede de contrabando de gado, ligada às forcas de direita, e o Sr. Deputado vem para aí com a partitura do costume...

Risos do PCP.

...quanto ao gado que se comprou, que se comeu, que se gastou .... que morreu, etc., em 1975. Não é isso que está em causa ...

O Sr. Ferreira do Amaral (PPM): - É, é!

O Orador: - ..., o que está em causa é que, perante um estado que é grave, embora a níveis não elevados, de alastramento da brucelose e da peste suína africana, o irresponsável Governo da Aliança Democrática atribuiu 6 mil contos para contrariar essas acções em toda a província do Alentejo.

Vozes do PCP: - Muito bem!

Aplausos do PCP

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Casqueiro.

O Sr. José Manuel Casqueiro (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra para fazer um brevíssimo protesto. Ó Sr. Deputado Vítor Louro identificou a política e a decisão governamental, em relação ao caso de Pegões, com aquilo que ocorria durante o regime passado.

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - É sobre o almoço de Braga?

O Orador: - Quero protestar, porque finalmente, e ao fim de trinta e tal anos em que os colonos de Pegões lutaram para que lhes fosse possível adquirir a título definitivo a terra que eles próprios começaram a cultivar -pretensão que várias vezes em sessões públicas o seu partido manifestou intenção de realizar, mas que, em 1975, quando teve o poder, nunca o fez-, isso foi realizado pelo Governo da Aliança Democrática e com pleno agrado de todos os colonos de- Pegões, independentemente da sua filiação partidária.

Vozes do PSD, do CDS e do PPM: - Muito bem!

O Orador: - Um outro aspecto que queria referir está relacionado com a distribuição individual de terras a trabalhadores rurais. O Sr. Deputado Vítor Louro, e o seu partido, mais uma vez não respondeu àquilo que é essencial, ou seja, está de acordo ou não com a criação de uma nova geração de agricultores, farta pela divisão e doação da terra pelos trabalhadores rurais em explorações agrícolas perfeitamente viáveis e não em pequenas courelas que mantenham os trabalhadores em condições de explorados e de assalariados.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Colonizados!

O Orador: - Ou se, pelo contrário, o Partido Comunista deseja, acima de tudo, manter no Alentejo os proletários rurais explorados e oprimidos pelo sindicatos qua o seu partido controla. Pergunto ao Partido Comunista, de u>ma forma clara, se está disposto ou não a alterar a Constituição para que os trabalhadores 'rurais individualmente possam livremente ter acesso à terra e não forçadamente, como pretende. Diria, para terminar, que o Sr. Deputado Vítor Louro, talvez por uma questão de alianças, desta vez meteu o pé na argola.

Aplausos do PSD. do CDS e do PPM

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Vítor Louro.

O Sr. Vítor Louro (PCP): - Como se vê, Sr. Presidente, aquilo que a AD está a fazer é inconstitucional, porque precisam de alterar a Constituição paira fazer aquilo que estão a fazer.

Risos do PCP.

Vozes do CDS: - É falso!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Esta é mesmo de argola!

O Orador: - Esta de forjar novos proprietários faz lembrar aquela promessa da AD de uma «casa para cada família portuguesa», já vimos no que é que isso deu.

Quanto à nova geração de agricultores não percebo como é que a quer formar com homens de 40 e 60 anos de idade!

O Sr. Sousa Tavares (DR): - Isso não é verdade! Mentiroso!

O Orador: - E agora, Sr. Deputado José Manuel Casqueiro, devo dizer-lhe o seguinte: pessoas como o senhor, que voltam a querer sentar-se à mesa dos banquetes oficiais, como no «tempo da outra senhora», mesmo sem para tal ser convidado, não percebem, e isso não nos admira, a diferença que há entre o que fizeram em Pegões e aquilo que o fascismo lá fez.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Casqueiro.

O Sr. José Manuel Casqueiro (CDS): - Sr. Deputado Vítor Louro, o senhor não foi capaz de responder ...

O Sr Narana Coissoró (CDS): - Nunca foi!