assim». Logo, não era preciso andarem Deputados vossos a correr para se meterem aqui dentro e ganharem assim as votações.

Aplausos do PS do PCP e do MDP/CDE.

O que vocês querem é ser uma maioria orgânica e nós não podemos consentir nisso.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Que espectáculo degradante!

O Orador: - O Parlamento tem o lugar próprio pana as suas decisões: o Plenário. São os Deputados, pertencentes ou não aos partidos, pertencentes à AD ou não, que individualmente e votando pela sua expressão maioritária definem as deliberações dia Assembleia.

Uma voz do PS: - Muito bem!

O Orador: - Quando não acontece o que os Srs. Deputados querem, que é instituírem-se em maioria orgânica, passam a ser minora e são obrigadas, seguindo o raciocínio do Sr. Deputado Ferreira do Amaral, a fazer chicanai parlamentar.

As leis só são respeitadas quando lhes servem. De resto, os Sn>. Deputados da AD desrespeitam as permanentemente, como desde o 25 de Novembro tem acontecido em relação a todas as leis que não servem à maioria do Poder.

Vozes do PSD: - Isso é com o PS!

O Orador: - São esses os princípios reaccionários que a burguesia utiliza, isto é, só defende as leis que ela própria fabrica e só defende as leis que lhe interessem.

Aliás, basta ver o que se passa actualmente com a emigração. Aqui, a AD está a conduzir-se contra a lei que foi aprovada neste Parlamento dos... dos...

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

Uma voz do PSD: - Engasgam,

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Veja o papel!

O Orador: - A AD impõe os conselhos das comunidades, à revelia da própria lei, em bases caciquistas, lei essa aprovada por esta Assembleia sobre os conselhos consulares para emigrantes, que lanham sido fundados em bases democráticas.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Está a fazer uma figura...

O Orador: - Como tal, do ponto de vista político, é assim que se demonstra claramente que os Srs. Deputados estão a fazer chicana parlamentar. Os Srs. Deputados querem instituir-se em maioria orgânica, mas nós não consentiremos nisso.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Aprendeu muito com o Kaúlza, aprendeu muito...

O Sr. Ferreira do Amaral (PPM): - Peço a palavra pana formular um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Ferreira do Amaral (PPM) - Sr. Presidente, não se traia propriamente de um protesto, mas de uma lamentação ou de uma autocrítica.

Quando, em tempos, tive ocasião de prestar os meus serviços jurídicos a um corpo das nossas forças armadas, acontecia muitas vezes os militares, dizerem-me: «clarinho, clarinho, que é para militar.»

Verifico, afinal, que não consegui ser tão clarinho para que o Sr. Deputado Mário Tomé tivesse .percebida alguma coisa,

Risos e aplausos do PPM. do PSD e do CDS.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Peço a palavra para um contraprotesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade Sr. Deputado:

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Deputado Ferreira do Amaral, eu encontro-me nesta Assembleia pelas posições políticas que assumo. Foi em virtude dessas posições políticas que fui eleito. Como tal, não me encontro aqui como militar.

De qualquer modo, quer como militar, quer como Deputado, o que o Sr. Deputado Ferreira do Amaral não gosta é que as trocas e os trocadilhos que aqui são utilizados para defesa das vossas posições insustentáveis sejam levados até ao fim.

Vozes do CDS: - Ah!

O Orador: - É isso o que os Srs. Deputados não querem.

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. José Luis Nunes (PS): - Peço a palavra para formular um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vou lavrar aqui um veemente protesto.

A afirmação do Sr. Deputado Ferreira do Amaral é uma afirmação perfeitamente lamentável.

Aplausos do PS, do PCP, do M DP/CDE e da UDP.

Sobretudo, trata-se de uma afirmação liminarmente de desrespeito pelo seu próprio passado político, num partido que se louva da herança espiritual do comandante Paiva Couceiro.

Risos do PS e do PCP.

Em segundo lugar, é uma afirmação de desrespeito pela instituição militar.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Em terceiro lugar, é uma afirmação de desrespeito pela própria Aliança em que se integra, que escolheu um militar para seu candidato à Presidência da República.

Aplausos do PS.