As substituições em causa são de admitir, uma vez que se encontram verificados os requisitos legais.

O Sr. Presidente: - Não havendo qualquer objecção da Assembleia, considera-se aprovado o relatório e operadas as substituições em causa, pelo que os nossos colegas podem já tomar o seu lugar.

Tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças e do Plano, Cavaco e Silva, informando-o de que, conforme me foi dito pelos Secretários da Mesa, o Governo já esgotou o seu tempo mas poderá imputá-lo no tempo que lhe está atribuído para amanhã.

Pausa.

Afinal, parece que o Sr. Ministro ainda não se encontra presente, pelo que aguardaremos mais algum tempo.

O Sr. Sousa Tavares (Indep.): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Sousa Tavares (Indep): - Pedi a palavra apenas para dizer que, de facto, cada vez chove mais na Sala.

O Sr. Presidente: - A sua declaração fica lavrada em acra para o$ devidos efeitos, Sr. Deputado.

Srs. Deputados, pedia o obséquio de mandarem informar o Governo de que a sessão já foi reaberta, aliás, com algum atraso.

Pausa.

Srs. Deputados, estamos a aguardar por alguns momentos, mas não me .parece curial que a Assembleia tenha os seus trabalhos suspensos. Se a demora persistir, daremos a palavra aos oradores inscritos na lista que se encontra na Mesa. O primeiro é o Sr. Deputado João Cravinho e depois o Sr. Deputado Mário Adegas.

Pausa.

Tem V. Ex.ª a palavra, Sr. Ministro Cavaco e Silva, para responder aos pedidos de esclarecimento.

O Sr. Ministro das Finanças e do Plano: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: Gostava de começar por esclarecer que não pretendi, na minha intervenção, fazer a história da política económica desde 1974 até 1979. Pareceu-me, no entanto, que era fundamental na discussão do Programa do Governo, na medida em que se enunciavam os objectivos para 1980 e se indicavam as orientações que iriam ser seguidas na utilização das diferentes políticas, fazer o enquadramento na situação actual da economia portuguesa.

É que, de facto, o Governo não parte de uma situação em que nada foi feito no passado recente. E aquilo que foi feito no passado recente não deixa também de influenciar o que vai acontecer no futuro. Por isso, pareceu-me muito conveniente dar a conhecer à Assembleia a minha interpretação da situação económica actual e, além disso, deixar bem claro o significado que atribuo a certas variações em determinadas variáveis.

As perguntas que me» foram feitas estão todas mais ou m enos interligadas, pelo que não farei uma distinção precisa donde veio a pergunta, excepto no fim.

Foi-me perguntado, em relação à questão da inflação, se considero satisfatório o objectivo de que esta baixe para os 20 % e não ultrapasse esta percentagem. Penso que é realmente satisfatório, na medida em que a economia portuguesa tem estado situada a níveas de inflação muito elevados. Chegou-se a pensar que estaria situada a 25% mas, neste momento, certas circunstâncias levam a pensar que no ano de 1979 se verifique uma taxa de inflação de cerca de 24%.

Se for possível baixar a taxa de inflação para 20 % ou ainda para menos, penso que será realmente uni resultado muito satisfatório, principalmente tendo em atenção que a conjuntura económica internacional é bastante desfavorável neste aspecto.

E por falar em conjuntura económica internacional, ligo já esta minha resposta a uma outra .pergunta que me foi feita sobre se o problema do petróleo só agora teria surgido. Ora, eu referi aqui inúmeros muitos concretos, nomeadamente em 1979 a conta petrolífera foi de 1,2 biliões de dólares e para 1980 será o dobro, isto é, de 2,4 biliões de dólares.

Por outro lado, a subida do petróleo que se prevê para este ano é muito mais acentuada do que aquela que tem ocorrido em tempos anteriores. E por isso não surpreende que a própria OCDE, tomando esti-