populares dirigidas pelo proletariado. Não é a mim que incumbe falar disso, mas já agora quero dizer-lhe que quando isso acontecer - e vai acontecer - será Je uma forma muito clara e meio aberta de rebelião das massas contra aqueles que as querem manter na exploração indigna e pela conquista de uma vida justa a que têm direito e que os sectores reaccionários e da direita não lhes permitem alcançar. E é nesse caminho da luta de massas que a AD e o Governo serão derrotados.

Protestos do CDS.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Queremos o Acácio!

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Peço a palavra para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Se alguém nesta Câmara tem legitimidade para falar em nome do terrorismo, é realmente > Sr. Deputado Mário Tomé...

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

..e por duas ordens de razões: razões pretéritas e presentes.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - E futuras!

O Orador: - Razões pretéritas que, aliás, estão em acerta consonância com uma expressão adequadíssima que o Sr. Deputado utilizou, e que mantemos: apagar da memória do nosso povo.

Nós não apagamos da memória do nosso povo aquilo que o Sr. Deputado, como militar, em 1975, praticou violando os direitos do homem quando a Constituição portuguesa estava a ser celebrada!

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Violação dos direitos do homem e derrube da ordem democrática, quando V. Ex.ª integrava a AD - aliás, em boa-companhia com outros partidos aqui representados e que, hoje em dia, choram lágrimas de crocodilo - ... ,

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Provocador!

O Orador -... e quando havia uma ordem democrática legitimada por eleições democráticas, que muitos não quiseram nessa altura. O seu comportamento concreto, profissional, era já um prenúncio daquilo que se impunha como forma de terrorismo m Portugal.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Isso é mentira!

Vozes do PSD: - Ê verdade!

O Orador:- Só é mentira para quem desconhece o Portugal real, do qual, aliás, V. Ex.ª é um exemplo! V. Ex.ª é um exemplo do Portugal mítico, não é o exemplo de um Portugal real!

Vozes do PSD e do CDS: - Muito bem!

O Orador -. O seu comportamento presente e, sobretudo, da força que V. Ex.ª aqui representa...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - A força não; a fraqueza!

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Castro Caldas (PSD): - Peço a palavra para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Mário Tomé prefere responder já ou no fim?

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Respondo no fim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado Castro Caldas.

O Sr. Castro Caldas (PSD): - Sr. Presidente, queria protestar em relação ao ataque que o Sr. Deputado Mário Tomé me dirigiu, mencionando as minhas afirmações.

De facto, o Sr: Deputado Mário Tomé leve a coragem de reconhecer e de defender aquilo que ataquei; ou seja, teve a coragem de justificar, como comunista, que legitima o exercício do terror como metodologia da conquista do Poder.

E esta é a afirmação que não posso, como democrata, deixar de repudiar, porque está em flagrante contradição com os princípios que se encontram consignados na nossa Constituição. Mas teve a coragem de o dizer, quando o Partido Comunista não teve essa coragem, mas antes teve a coragem de o omitir.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Provocador!