investidas em FIDES. Talvez deva dizer agora à minha tia que finalmente o Partido Comunisita teve em conta o seu esforço de trabalho durante cinquenta anos, parece ir agora votar a possibilidade de ela vir a receber os seus 9000$, que foi iludo quanto conseguiu amealhar ao fim de cinquenta anos de trabalho e de 80 anos de vida.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.

Uma voz do PCP: - Nem a sua tia poupava.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Teixeira para um contraprotesto.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Respondendo ao Sr. Deputado Luís Barbosa, gostaria de começar pela sua última afirmação. É que o Sr. Deputado está enganado, deve ter andado longe das posições assumidas publicamente pelo Partido Comunista.

O Partido Comunista sempre defendeu, como referi na minha intervenção, os interesses dos pequemos aforradores, dos pequenos investidores...

Vozes do PSD: - Vê-se!

O Orador -..., simplesmente o partido a que V. Ex.ª pertence e os restantes da coligação nunca o entenderam assim e tentaram sempre amarrar à resolução dos problemas dos pequenos aforradores e investidores a resolução dos grandes capitalistas.

Por isso é que até hoje ainda não está resolvido o problema dos pequenos aforradores, quer eles tenham aplicado as suas poupanças em FIDES, em FIA ou em ouflras acções. Só por isso é que ainda hoje esse problema não está resolvido, porque, tal como se prova com a proposta de lei agora apresentada, os partidos que compõem a AD continuam a querer amarrar os grandes capitalistas...

Uma voz do CDS: - Grandes e pequenos.

O Orador: - ..., pana que eles possam beneficiar de um tratamento que venha a ser dado aos pequenos aforradores.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Nem o senhor acredita nisso.

O Orador: - O Sr. Deputado Luís Barbosa referiu ainda que eu teria reconhecido o mérito daqueles que introduziram e desenvolveram os fundos de investimento. Por acaso neste particular eu tenho que me penitenciar na medida em que quando na minha intervenção li «os génios» me esqueci de referir que a palavra vinha entre aspas.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Ah, bem!

O Orador: - Sobre a questão dos 400 000 subscritores, não é esse o problema que está em discussão. Não está em discussão se são 400 000 se são 500 ou 100 000; o que está em discussão é o problema dos pequenos aforradores.

No entanto, gostaria de fazer aqui uma pequena referência: é que esta questão dos 400 000 subscritores é a primeira vez que aqui surge e vindo a informação donde vem posso aceitá-la embora com muitas reservas, na medida em que há um conhecimento, possivelmente bastante concreto, de quem investia nos FIDES.

Todavia posso dizer-lhe que as pessoas que têm aparecida publicamente como encabeçando o movimento dos pequenos aforradores relativamente aos FIDES e FIA até agora o número máximo que avançaram foi de 250 000 aforradores, o que constitui uma diferença bastante grande.

Sobre a questão referida pelo Sr. Deputado de que a experiência afinal foi boa, devo dizer-lhe que a experiência foi boa enquanto durou para os capitalistas, porque de facto de capital com títulos FIDES e, mais, de fazer operações comerciais com títulos FIDES meramente emprestados pelo fundo. A Império era a mãe, mas o fundo não era a Império, pelo menos juridicamente. Por conseguinte, obter empréstimo de fundos para fazer operações não tinha bondade nenhuma. Era uma fraude, era pura e simplesmente aproveitar-se dos pequenos aforradores que estavam enganados para utilizarem os seus dinheiros.

Sobre a questão relativa ao facto de o Partido Comunista não votar contra esta proposta de lei na generalidade, abstendo-se, por ter a convicção de que estão em causa interesses dos pequenos aforradores - como os da tia do Sr. Deputado -, posso dizer-lhes que essa é uma convicção que existe há muito. É, pois, por isso mesmo que nós não nos opomos desde já a este diploma e antes pretendemos, na discussão na especialidade, introduzir as alterações necessárias para que ele defenda de facto os interesses dos pequenos aforradores, mas não vá dar um «presente» de Páscoa ou de Natal aos grandes capitalistas.

Aplausos do PCP.

O Sr. Luis Barbosa (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Desculpe-me Sr. Deputado, mas o Sr. Deputado Manuel dos Santos inscreveu-se em primeiro lugar, pelo que lhe concedo a palavra

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Presidente, eu serei muito rápido. De resto pedi a palavra apenas