aqui de ser dito é para mim bem visível: o nervosismo foi evidente.

O que aqui foi feito em jeito de protesto não foi mais do que declarações vazias, ocas e que põem em evidência o que me parece mais importante salientar ...

O Sr. Manuel Moreira (PCP): - Está muito mal!

O Orador -...: é que nem um único dos factos que eu aqui trouxe na minha declaração política, nem uma única das perguntas que aqui formulei e nem uma única das questões que aqui levantei foi minimamente considerada ou respondida.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Porque são todas falsas!

O Orador: - Sublinho duas questões que aqui trouxe.

Em primeiro lugar, a questão dos trabalhadores portugueses despedidos e expulsos do território de Israel. Nem uma só palavra foi dita sobre isso, pelo menos, nem uma palavra sensata.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Isso para vocês não conta!

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Não seja provocador. O senhor tem responsabilidades e não pode falar gratuitamente!

O Orador: - Em segundo lugar, nada se disse quanto à questão aqui referida da notícia sobre a eventualidade da instalação em Portugal de um oleoduto militar, que põe em perigo a segurança dos cidadãos em Portugal.

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Ó Sr. Deputado, o oleoduto não é militar, É de óleo!

O Orador: - Quanto a esta questão, nem uma palavra. O silêncio foi completo.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Aliás, e em jeito de graça, nem sequer os ecologistas puseram isso em questão.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Da paz soviética! ...

O Orador -..., da cooperação, da amizade e do desanuviamento. Foi contra tudo isto que deliberadamente os Srs. Deputados que me interpelam se colocaram.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - A única coisa que vocês sabem fazer é manipular termos, pessoas e expressões!

O Orador: - É evidente que toda a questão que se pode colocar em relação às posições de alinhamento do Governo AD tem na minha intervenção uma resposta clara: o Governo AD alinha pelos círculos mais reaccionários e mais agressivos; o Governo AD não alinha por aqueles que temperam a agressividade com um mínimo de prudência que as circunstâncias impõem.

Vozes do PSD: - É falso!

O Orador: - É bom que volte aqui a recordar iniciativas recentes, como a do encontro entre os Presidentes Brejnev e Giscard D'Estaing e outras que se preparam e que correspondem aos interesses de um clima de paz e de desanuviamento, que, esse sim, é preciso que as forças democráticas imponham e trabalhem para ele.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - E mais invasões de países livres também contribuem!...

O Orador: - Afirmou-se já, publicamente, que a AD pratica uma política externa contra o PCP e talvez essa seja a melhor definição. É que me esqueci de dizer na minha intervenção algo sobre a política externa da AD: não é uma política autónoma; é uma política que não se define pelos interesses de Portugal, que não se define pelos interesses do povo português.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - A democracia dos tanques...

O Sr. Vital Moreira (PCP): -Essa é a vossa, com a CIA!

O Orador: - É uma política anticomunista e que apenas vem em vista produzir, no plano interno, a acumulação das forças, que a AD está hoje a perder, e, no plano externo, procura alinhar com os truques mais reaccionários...

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Reaccionário é o Brejnev!

O Orador: - ..., desenvolvendo confortavelmente em clima de guerra fria insuportável para os povos amantes da paz.

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, esta na Mesa um voto de congratulação apresentado pelo PSD.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade, Sr. Deputado.