O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, penso que, antes de discutirmos o voto de congratulação que acaba de ser anunciado, dever-me-á ser concedida a palavra. Na verdade, na última .reunião fiz uma declaração política sobre a qual incidiram alguns protestos, tendo eu ficado com a palavra reservada para a reunião de hoje.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, a Mesa não tem conhecimento do facto de V. Ex.ª ter ficado com a palavra reservada para hoje.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, penso que ficou claro perante a Câmara que eu ficaria com a palavra reservada para...

O Sr. Presidente: - Não tenho dúvidas, Sr. Deputado. Simplesmente, não temos qualquer indicação a esse respeito.

Quem foram os Srs. Deputados que formularam protestos?

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Foi o Sr. Deputado Rook de Lima e o Sr. Deputado Eu rico Mendes. Simplesmente, por necessidade de tempo para a discussão de um projecto de lei, fiquei com a palavra reservada para a reunião de hoje.

O Sr. Presidente: - Se alguns dos Srs. Deputados ainda se quiser inscrever, faça favor.

O Sr. Daniel Dias (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade, Sr. Deputado.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Posso dizer-lhe que o povo português não esquecerá isso.

Habitualmente, o Sr. Deputado não diz a verdade, o que é lamentável. Isto é tanto assim que vou provar-lhe, pois só agora tenho essa oportunidade.

Tenho aqui em meu poder o Diário da Assembleia da República do dia 18 de Abril, em que, na p. 1591, se transcreve uma intervenção sua, na qual V. Ex.ª diz: «Segunda-feira, nesta Assembleia, na sua excursão turística pelo Sotavento do Algarve, para justificar as avultadas ajudas de custo recebidas (...)» Peço ao Sr. Deputado Mário Tomé para pedir aos serviços desta Assembleia quais foram as ajudas de custo que eu recebi nesse fim-de-semana em que fui ao Algarve Agradecia que o Sr. Deputado apresentasse provas, pois isto é redondamente mentira, uma vez que não recebi quaisquer ajudas de casto para me deslocar ao Algarve. Recebi, isso sim, os abonos de transporte, que dizem respeito a qualquer Deputado.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Peço a palavra para interpelar a Mesa, Sr. Presidente. É que isto não tem nada a ver com o que se passou aqui na última sessão!

O Orador: - O Sr. Deputado não gosta que eu diga isto? Mas é o que está no Diário da Assembleia da República ...

O Orador: - Sugeriu não. O Sr. Deputado afirma.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Pronto, eu disse, que o Sr. Deputado foi passear ao Algarve, possivelmente para receber ajudas de custo. Simplesmente, isto nada tem a ver com o que se passou.

O Orador: - É mais uma mentira, Sr. Deputado.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Não é mentira nenhuma.

O Sr. Deputado tem é de se referir ao que eu disse aqui na última sessão, quando claramente denunciei aqui o clima de corrupção que há nas, autarquias da AD. O Sr. Deputado tem é de dizer se é ou não verdade.

O Orador - E protesto, Sr. Deputado.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Então proteste. Eu não posso estar a ler todos os Diários da Assembleia da República...

O Sr. Presidente: - O que acontece é que a Mesa não se lembra de. qual foi o teor da sua intervenção. Já passaram alguns dias e, portanto, não sei bem.

O Orador: - Sr. Presidente, o que eu pretendo é provar que o Sr. Deputado Mário Tomé normalmente utiliza métodos indignos para atacar esta bancada.

Termino dizendo ao Sr. Deputado Mário Tomé que se V. Ex.ª continuar assim e se cada mentira coutasse um voto, o Sr. Deputado ganhava as eleições.

Aplausos do PSD, do CDS e. do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Deputado que falou agora não disse nada acerca do assunto em questão. No entanto, só lhe quero perguntar se no dia dessa minha intervenção sabia se tinha recebido ou não as ajudas de custo, se sabia qual a razão que o levou a não protestar nessa altura. Parece-me estranho vir agora, passados dois meses, falar no assunto. Aliás, que essa