O Orador: - Com certeza.

O Sr. Mário Lopes (PSD): - Quero apenas fazer-lhe uma observação, Sr. Deputado Mendes Godinho.

O Sr. Deputado respondeu ao Sr. Deputado Fada de Almeida no que diz respeito ao mercado de ovelhas de Oliveira do Hospital, mas eu fiz-lhe a minha pergunta a nível nacional.

agricultura portuguesa e as perguntas e protestos que fizeram creio serem apenas de má percepção da minha intervenção.

A realidade é muito dura, o mundo agrícola hoje está extremamente deprimido e, Sr. Presidente e Srs. Deputados, eu gostaria de terminar esta intervenção dizendo que no Partido Socialista não há caçadores O Sr. Deputado António Campos, eu próprio e todos os outros Deputados falamos quando bem entendemos e todos temos exactamente a mesma dignidade e a mesma postura ao fazermos intervenções em nome do nosso partido e em nome do povo português que nos elegeu.

O Sr. Mário Lopes (PSD): - Peço a palavra para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, queira ser muito rápido.

O Sr. Mário Lopes (PSD): - Serei breve, Sr. Presidente.

Queria fazer um protesto por uma simples razão: porque o Sr. Deputado Mendes Godinho trouxe a esta Câmara uma nova versão no que diz respeito à reflorestação.

O Sr. Deputado acabou por dizer que não foi obra do Governo da Aliança Democrática a concessão do crédito de 50 milhões de dólares pelo Banco Mundial para reflorestação, que o crédito já tinha sido concedido.

Lamento imenso, Sr. Deputado, que o Partido Socialista e os Governos presidenciais não tivessem aproveitado e não tivessem feito já a reflorestação que custava muito menos que custa hoje.

Aplausos do PSD.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mendes Godinho para contraprotestar e a seguir fica encerrado este debate.

Queria ser muito breve, Sr. Deputado.

O Sr. Mendes Godinho (PS): - Vou ser brevíssimo, Sr. Presidente.

Existem empréstimos do Banco Mundial de 14 milhões de contos para a reflorestação do País, já há anos a pagarem juros, que não foram utilizados e agora o Governo da AD diz que vai utilizar parte desse dinheiro para fazer a reflorestação, mas ainda não utilizou um tostão para esse efeito.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, já excedemos o período de antes da ordem do dia, mas, como há consenso entre os grupos parlamentares, passaremos à apreciação do voto do PCP.

Entretanto dou conhecimento à Assembleia de que chegou à Mesa uma carta do Sr. Ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa, com solicitação de dela ser dado conhecimento à Assembleia. Vou mandá-la distribuir por todos os partidos em virtude de já não ser possível proceder à sua leitura. Em todo o caso refiro que se trata de uma cairia em resposta a uma intervenção do Deputado João Amaral sobre o problema dos oleodutos nacionais.

O Sr. Ministro da Defesa diz que o Governo nunca tomou qualquer iniciativa a este respeito, embora a questão lhe tenha sido posta através do Estado-Maior-General das Forças Armadas, mas que o Governo ainda não respondeu oficialmente a esta questão.

A carta vai ser de imediato distribuída aos Srs. Deputados.

O Sr. Faria de Almeida (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Faria de Almeida, pede a palavra, mas não lha posso conceder, pois fez já um protesto e não é oportuno voltar a usar da palavra.

Peço a sua compreensão e peço que me desculpe, mas se assim não fosse não esgotaríamos mais esta matéria.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Ercília Talhadas para fazer a apresentação do voto do PCP que há pouco referi.

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O dia 1 de Junho passou a ser comemorado, desde 1950, como o Dia Mundial da Criança, por todas as forças do mundo amantes da paz e do progresso.

Em Portugal durante o fascismo tem este dia profundas tradições de luta em defesa dos direitos da criança contra a tirania, a fome, a repressão, a exploração, a miséria, a guerra e as injustiças a que a criança portuguesa, tal como todo o povo, esteve sujeita.

Ainda hoje 500 milhões de crianças passam fome, 200 milhões não têm assistência médica, 250 milhões em idade escolar não vão à escola e 50 milhões de crianças são obrigadas a trabalhar.

Em Portugal, e depois do 25 de Abril, a Constituição da República significa um marco histórico