contenção e essa prudência. A prudência fica sempre bem, nomeadamente, da bancada do Sr. Deputado.

Aplausos do PCP.

É uma qualidade que não posso deixar de lhe reconhecer e, portanto, de admirar. Infelizmente, da parte da sua bancada essa prudência nem sempre existe, com resultados desastrosos que de vez em quando se manifestam.

Vozes do PCP: - Muito bem!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - 0 problema não está aí, o problema é que os senhores querem dar relevância política activa em condições em que não há garantia nenhuma, que seja só feito a portugueses, e sobretudo a portugueses com capacidade eleitoral, ou a portugueses que o decidam segundo a sua vontade. Não há garantias nenhumas que nos termos em que os senhores estão a actuar e das notícias de imprensa que neste momento já existem sobre aquilo que se está a passar em algumas zonas do estrangeiro, pelo contrário, de que não estejam a ser inscritos cidadãos que nem sequer são portugueses e que não têm capacidade eleitoral. Não há meio nenhum de controlar a genuinidade, a lealdade e a fidelidade do recenseamento eleitoral. E essa lealdade, fidelidade e genuinidade são essenciais para o processo eleitoral, para as próprias eleições, isto é, para que as eleições não sejam a farsa e a batota em que aparentemente os senhores estão empenhados.

Da nossa parte, com o nosso voto e com o nosso acord o isso não acontecerá. Quanto à questão de reconhecer nos emigrantes portugueses um papel de cidadania activa, ninguém nos pode bater nessa matéria nem ninguém nos pode desafiar nesse campo.

O Sr. Azevedo Soares (CDS): - Sr. Deputado, dá-me licença que o interrompa?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Azevedo Soares (CDS): - Eu tenho a impressão de que o Sr. Deputado não sabe do que é que se está a tratar...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Está-se a ouvir a ele próprio.

O Sr. Azevedo Soares (CDS): - É que estamos só a falar da prorrogação do prazo para o recenseamento. É só isto que está em causa. Eu tenho a impressão que o Sr. Deputado está a falar de fantasmas. Quer dizer, o que é que tem a ver a prorrogação de um prazo com tudo o que acaba de dizer? É isso que eu não consigo perceber.

O Orador: - Sr. Deputado, há bocado gabei-lhe a prudência, mas agora não lhe posso gabar a pretensa ingenuidade, que é no mínimo saloia.

Na verdade, Sr. Deputado, as perguntas que fez não tinham nada a ver com aquilo que se estava a tratar. Mas quer-me amarrar àquilo que aqui está quando o Sr. Deputado me fez perguntas que não tinham nada a ver com iso? Por Deus, Sr. Deputado, não me tenha por tão ingénuo!...

Vozes do CDS: - Oh!

O Orador: - Então porque é que os senhores querem mais um mês? Porque um mês é pouco para as manobras que os senhores têm em curso.

Vozes do PCP: - Muito bem!

precisam de mais tempo para estas manobras, e é isso que nós obviamente, não podemos conceder.

Fazê-lo, tentem fazê-lo por vocês, mas que nós contestemos esses processos, é óbvio que não, Sr. Deputado, e, sobretudo, não nos tenha por ingénuos. Ingenuidade saloia é uma qualidade que deixamos de bom grado desse lado.

Aplausos do PCP, do PS e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Almeida Santos.

O Sr. Almeida Santos (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Dado que o debate esgotou praticamente a matéria, pois em meu entender os argumentos foram expendidos de parte a parte - e bem -, posso permitir-me o luxo de ser lacónico.

Também nós impugnámos a admissibilidade deste projecto de lei, como havíamos impugnado a admissibilidade do projecto de lei anterior. A nossa atitude é apenas lógica e não podia ser de forma alguma