da qual eu li, como o Sr. Deputado Igrejas Caeiro leu, para receber o seu vencimento e eu o meu - e era pequeno o vencimento, porque se ganhava mal na Emissora Nacional nessa altura.

Mas o que queria dizer, Srs. Deputados, é que muitos dos profissionais honrados de informação que conheci na Emissora Nacional me têm procurado depois do 25 de Abril, lamentando que vivam num clima ainda mais duro, mais intransigente, mais desumano do que viviam antes do 25 de Abril. Porque, realmente, o que se instalou em muitos órgãos de informação foi perfeitamente uma «lei da selva» de uma implacabilidade verdadeiramente inaceitável.

O que penso e peço aos Srs. Deputados e, em nome de muitos desses profissionais de informação honrados que conheço, que efectivamente façamos todos um enorme esforço para que a informação no nosso país, nomeadamente a Radiodifusão Portuguesa, passe a ter a dignidade, a altura, a honestidade e a competência que efectivamente ainda se não lhe conseguiu dar.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Isso é conversa!

O Orador: - Este é o meu apelo e faço-o em nome de alguns meus ex-colegas e ex-colegas do Sr. Deputado Igrejas Caeiro, que tal como são amigos meus são também amigos dele.

Aplausos do CDS do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem então agora a palavra o Sr. Secretário de Estado, se desejar responder às últimas intervenções dos Srs. Deputados do Partido Socialista.

O Sr. Secretário de Estado da Comunicação Social: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: É certo que o aumento do quantitativo das horas extraordinárias de 25 000 para 53 000 contos e que a isenção de horários de trabalho de 2 000 para quase o triplo se passou enquanto eu era administrador da televisão; fui-o durante escassos dois meses e este foi, entre outros, um, dos grandes campos de. batalha que travei no sentido da redução das despesas, porque penso que antes de mais é necessária a consolidação financera não só da televisão como de outras empresas do sector.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Relativamente aos jornalistas Adelino Gomes e Emídio Rangel devo salientar que tenho por eles grande consideração profissional e considero-os jornalistas de bom perfil profissional. Estarmos num país de homens livres e estamos num país em que não interessa averiguar efectivamente o que um profissional é ideologicamente ...

O Sr. Ferreira do Amaral (PPM): - Muito bem!

O Orador: - ..., pois que, sendo Adelino Gomes membro da comissão de trabalhadores da RDP ...

O Sr. José Manuel Nunes (PS): - Não é! ...

O Orador: - Pelo menos assim o recebi no Palácio Foz por duas ou três vezes.

E sendo, dizia, Emídio Rangel um dos membros do conselho de redacção que ainda recentemente esteve, ou ainda estará, em litígio com a empresa, não gostaria de deixar de fazer aqui este pequeno reparo.

Quanto ao Sr. Deputado José Manuel Nunes é evidente que não posso de maneira nenhuma admitir que pelo facto de ser realizador não possa dar uma boa e valiosa contribuição profissional a uma área que é importante e que é justamente a planificação da estruturação do novo canal da RDP. Felicito-me muito com isso.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Eram 21 horas e 40 minutos.

Deputados que entraram durante a sessão:

Partido Social-Democrata (PSD)

Álvaro Barros Marques de Figueiredo.

Amândio Santa Cruz Basto Oliveira.

António Alberto Correia Cabecinha.

António Augusto Lacerda de Queiroz.

António Maria de C. Ourique Mendes.

Daniel Abílio Ferreira Bastos.

Dinah Serrão Alhandra.

Eleutério Manuel Alves.

Fernando José da Costa.

Fernando Monteiro do Amaral.

João Luís Malato Correia.

João Vasco da Luz Botelho de Paiva.

Joaquim Manuel Cabrita Neto.

José da Assunção Marques.

José Bento Gonçalves.

José Henrique Cardoso.

José Manuel Cochofel Ferreira da Silva.

José Manuel Meneres Sampaio Pimentel.

José Teodoro da Silva.

Luís António Martins.

Manuel António Araújo dos Santos.

Manuel Antunes da Lomba.