na Aliança Democrática, executam aquilo que foi legislado.

O Sr. Igrejas Caeiro (PS): - Cinco meses depois!

O Orador: - Quantas coisas foram legisladas na sua governação e o Sr. Deputado sabe também que a sua execução não veio: olhe para a Lei n.º 40/77, olhe para a Lei n.º 82/77, por exemplo.

O Sr. Deputado falou em partido da liberdade. Devo dizer-lhe que desejaria que assim fosse; desejaria que assim seja; desejaria que assim continuasse a ser por uma razão: ao Partido Social-Democrata, em particular, não interessa que o Partido Socialista seja o arauto da bipolarização emocional em Portugal,

Não desejamos que o Partido Socialista enfraqueça as suas posições até a um ponto em que seja o Partido Comunista a única alternativa para a Aliança Democrática. Desejamos sinceramente que o PS seja uma alternativa à Aliança Democrática, mas que o seja, e não apenas uma mera hipótese, uma mera conjuntura, um mero epifenómeno.

Aplausos, do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Secretário de Estado da Comunicação Social (Sousa e Brito): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: -V. Ex.ª deseja intervir agora?

O Sr. Secretário de Estado da Comunicação Social - Não, Sr. Presidente, desejava apenas fazer um esclarecimento.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados e Srs. Membros do Governo: Está suspensa a sessão. Os trabalhos recomeçam às 15 horas.

Eram 13 horas e 5 minutos.

No recomeço da sessão assumiu a presidência o Sr. Vice-Presidente Martins Canaverde.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 15 horas e 15 minutos.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Borges de Carvalho.

O Sr. Borges de Carvalho (PPM) - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: 0 que aqui se passou ontem é, de si, esclarecedor em relação à matéria que foi objecto da interpelação do Partido Socialista. Temos de confessar que, perante a catadupa de acusações que há algum tempo a esta parte, por várias vias e meios, nos chegavam aos ouvidos, acerca da política de informação deste Governo, algumas inquietações nos tinham assaltado. Seria verdade que o Governo da Aliança Democrática, que apoiamos na independência dos nossos princípios e propostas, seguia, no plano da comunicação social, uma política antidemocrática e atentatória dos direitos e liberdades dos cidadãos?

Tais inquietações, porém, foram aqui, ontem, totalmente desvanecidas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - 0 Governo da Aliança Democrática segue, de facto, a política que prometeu, unia política de liberdade responsável, de promoção da competência, de gestão equilibrada e serena do património do estudo que, no campo da comunicação social, lhe está confiado.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Que quilate aristocrático!

O Orador: - Nisso, foi o debate de ontem altamente clarificador.

O Sr. Carlos Lage, (PS):- Sem dúvida!

O Orador: - Mas não só. Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Algo de fundamental, de enorme significado político, foi, aos olhos desta Câmara, desnudado: a verdadeira natureza das motivações que levaram a esta interpelação. 0 Partido Socialista nunca aceitou de bom grado, ou com um mínimo de desportivismo, a sua derrota eleitoral de Dezembro. 0 seu estilo de oposição tem-se caracterizado pela propaganda antidemocrática, bem expressa nos autocolantes e nos cartazes anónimos que, utilizando abusivamente as cores da AD, profusamente o PS fez distribuir nesta Câmara e no País.

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Propaganda que por ser anónima e por utilizar o conjunto de cores do adversário é objectivamente alienante e desinformadora.

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Propaganda ridícula e abusiva no Estádio do Sporting, domingo passado, como ficou aqui largamente demonstrado pelo meu colega de bancada Luís Coimbra. Ainda havemos, por este caminho, de ver o PS mandar aviõezinhos, no 13 de Maio, ou de Setembro, a Fátima saudando os peregrinos.

Risos do PS.

Ainda havemos de ver o Dr. Mário Soares a distribuir panfletos de saudação ao Carcavelinhos Futebol Clube, ou pagelas piedosas à porta da Catedral.