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O Sr. António Lacerda (PSD) - Muito mal!
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, dado que do MDP/CDE não está nenhum Sr. Deputado, pergunto ao PPM se quer ainda intervir, visto ter ainda cinco minutos.
O Sr. Ferreira do Amaral (PPM): - Sr. Presidente, entendemos que, o Governo já esclareceu inteiramente os casos que foram aqui postos, que a Assembleia já ficou amplamente convencida de que esta interpelação se tratou apenas de uma manobra de diversão política com intuitos diferentes e que, nas mãos em que está, a comunicação social está bem entregue e bem governada.
Aplausos do PSD, do CDS e do PPM e protestos do PS e do PCP.
O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Veiga de Oliveira.
entrevista. Este é um claro exemplo de manipulação, e manipulação da mais grave, porque, por um lado, os jornalistas vão entrevistar os trabalhadores, dando-lhes ideia de que estão abertos a ouvir as suas posições, as suas reivindicações, enfim, a ouvir e a repercutir aquilo que possa haver nas suas reclamações e, portanto, aquilo que possa ter interesse para a opinião pública nacional; por outro lado, depois o que se faz é mostrar, através da Radiotelevisão, aspectos das instalações, sem nada dizer ou pouco dizer a respeito do problema da ITT - Standard. Esta questão, não é de mais lembrá-lo, está directamente ligada com a política de comunicação social do actual Governo: é que essa política não pode ser vista isoladamente é um afloramento do seu projecto global antidemocrático e anticonstitucional.
Por isto valerá a pena dizer que esta interpelação, para além do sentido estrito que a liga aos órgãos de comunicação social e ao pluralismo na comunicação social, tem por nós também o sentido do combate, a uma política antidemocrática que faz com que o Governo pactue com a ITT - Standard e permita o despedimento colectivo de cerca de trezentos operários, sem ter em conta nem os interesses nacionais, nem os interesses desses operários. Tudo está ligado. Este Governo é o mesmo Governo que é antipopular e antidemocrático, é o mesmo Governo que é contra os interesses da classe operária e dos Trabalhadores, é o mesmo Governo que manda fazer entrevistas para que depois passe algumas vistas cobre os aspectos exteriores de um a fábrica.
15to dito, valerá a pena dizer que nós não desistiremos nem de lutar contra a política deste Governo na comunicação social, nem contra a política deste Governo no que toca aos interesses dos trabalhadores e aos interesses nacionais. Este Governo deverá ser demitido...
Vozes do CDS: - Querias!
O Orador: será demitido antes ou depois das eleições. Em qualquer caso, será demitido democraticamente, porque essa é a vontade do povo.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Lucas Pires.
O Sr. Lucas Pires (CDS: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: desejaria, mais, uma vez, intervir neste debate mais ao jeito parlamentar do que propriamente no estilo que tem a ver algo com alguns tiques porventura megalómanos da política portuguesa que normalmente dão aos debates parlamentares, um estilo demasiado retórico e empolado.
Uma voz do PS. - Olha quem fala!
tado, mobilizam dois dias dos seus debates, numa típica expressão de megalomania. É espantoso que nenhum destes casos tenha merecido subir a um tribunal, inclusive agora que temos à nossa disposição o Tribunal dos Direitos do Homem, e que, no entanto, aqui nos tenhamos entretido, durante estes dois dias, a discutir tais casos. Casos que são manifestamente, em qualquer regime democrático que bem funcione, ou do foro administrativo ou do foro judicial, mas que por uma pirueta alquímica do tipo daquelas em que o PS é exímio se transformam num caso do foro parlamentar e, mais do que isso, num caso de