em particular no que respeita à forma do sou relacionamento com os profissionais da informação. Reconhecêmo-lo sem qualquer esforço, e não reincidiremos em erros passados.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Não chegarão lá!

Voz do CDS. - Não terão oportunidade!

O Orador: - Mas em matéria de respeito pela liberdade e de defesa da liberdade dos nesses próprios adversários - temos autoridade bastante para poder falar em todas as circunstâncias de cabeça levantada.

Aplausos do PS

Batêmo-nos no tempo do fascismo e não ficámos calados nem tímidos no tempo do gonçalvismo. Quantos aqui mesta Sala podem dizer o mesmo?

Aplausos do PS.

Vozes do PSD: - Muitos!

O Orador: - Muitos dos que hoje mais nos atacam, devem-nos a liberdade de o poderem fazer.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Essa é boa!

O Orador: - Quem há aqui que possa ter esquecido o caso da Rádio Renascença? Quem pode esquecer o simbolismo do caso do jornal República e do seu director, internacionalmente reconhecido como o maior defensor da liberdade de imprensa em Portugal, o nosso querido camarada Raul Rego?

Aplausos do PS.

Sucede que a situação actual volta a ser extremamente preocupante no que respeita à liberdade de informação. 0 Governo não pode nem deve quanto a mim fingir que ignora esta realidade ou muito menos procurar camuflá-la. 0 alarme é geral e atinge em primeira linha os profissionais da informação, a começar pelos mais prestigiados. Mais de meio milhar de profissionais da informação - e o número cresce todos os dias -, incluindo jornalistas de área ideológica da AD, subscreveram já um abaixo-assinado de rara contundência denunciando casos de manipulação, de pressão sobre jornalistas e de censura e responsabilizando por tudo isso o actual Governo. A opinião pública, por outro lado, não acredita mais na independência dos órgãos de comunicação social, como comprova a recente sondagem, revelada pelo semanário de que é proprietário o Sr. Ministro Adjunto.

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Foi o exemplo dos Governos Socialistas.

O Orador: - 0 que não sucedia até à posse deste governo como demonstra uma sondagem do mesmo ter feita em 1979 pela mesma empresa e por iniciativa da RTP.

Aplausos do PS.

Há uma inquietação indisfarçável nos meios internacionais ligados à comunicação social quanto ao que se passa no nosso país relativamente à manipulação da opinião. Os artigos insertos no New York Times e na Newsweek, a este propósito, não representam uma "conspiração oposicionista" como pretende, o Sr. Secretário de Estado na esteira aliás das bem conhecidas pseudoexplicações do antigo regime.

Aplausos do PS.

São um sintoma terrível porque representam um libelo acusatório insuspeito.

O Sr. Lacerda de Queirós (PSD): - Documentado pelo Carlluci.

O Orador: - As investidas contra a independência da imprensa em Espanha não devem ser igualmente vistas como fenómenos isolados, em relação a Portugal.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Mundo obrero?

O Orador: - São aflorações comuns das mesmas técnicas de manipulação postas ao serviço de idênticos interesses.

Vozes do PS: - Muito bem!

r recompor a sua imagem, desgastada por esta interpolação

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

Estão em causa direitos fundamentais do homem, sem o respeito dois quais não existem sociedades livres e democráticas. É a própria credibilidade democrática do Governo que está em causa. Definitivamente.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, na intervenção, com que encerrou o debate relativo à anterior interpelação do PS, o Sr. Primeiro-Ministro estranhou que não fosse apresentada, na sequência da mesma, uma moção de censura. Salvo melhor opinião, tal estranheza não se justifica. 0 estatuto da interpelação não é necessariamente instrumental de figura da moção de censura. Só e quando quiser o Grupo Parlamentar do PS apresentará uma moção de censura ao Governo.