O Orador: - Agora, para responder sobre o que é que o Partido Socialista fez: olhe, Sr. Deputado, confesso muito honestamente, pela parte que me toca, que muito pouco em relação àquilo que se devia fazer, apesar da atenuante do pouco tempo.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Dois anos e meio e pouco tempo?

O Orador: - Mas, Sr. Deputado, quanto à Mitra, por exemplo, e o seu colega e nosso comum amigo Angelo Carreia poderá testemunhar o meu próprio interesse, porque se apercebeu disso, na realização de obras imediatas...,

O Sr. Angelo Correia (PSD): -É verdade!

O Orador: - Ele diz que é verdade. Obrigado, nem outra coisa eu esperaria de si.

Como estava a dizer, na realização de obras imediatas que tornassem habitáveis imediatamente aqueles velhos e sombrios barracões. E repare, quando no dia 25 de Abril de 1978 fui à Mitra pela segunda vez -já lá voltei depois disso, como Deputado, anonimamente-, e elaborei aquele despacho a que me referi, dei-me a mim próprio o prazo de um ano para reestruturar com pie ta mente a Mitra e se o não fizesse é evidente que isso era apenas por incapacidade própria e, naturalmente, eu teria que me demitir. Portanto, assumi conscientemente a responsabilidade de reestruturar a Mitra, não só através das medidas imediatas, quais sejam a realização de' obras no sentido de tornar mais higiénicas e mais habitáveis aquelas instalações, como também na própria reestruturação a longo prazo. E isso foi com o tal decreto que lhe referi, que criava o centro de apoio social e o centro de acolhimento e triagem, que que não se podem fazer milagres nesse aspecto...

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Ah!

O Orador: -..., mas igualar as mulheres do campo aos homens do campo, acabando com essa desigualdade inadmissível, isso foi uma medida socialista que os senhores não são capazes de revogar.

O Sr. Pedro Roseta CPSD): - Nem queremos!

O Orador: - Podia dizer-lhe muito mais, Sr. Deputado, mas em Outubro falaremos. O socialismo não se faz numa geração, e quando falamos em acabai com as desigualdades sociais, com a opressão e con a exploração não falamos no nosso tempo pessoal falamos no tempo histórico com a certeza absoluta de que isso há-de acontecer e de que a democracia e o socialismo hão-de ser construídos em Portugal

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente:- Tem a palavra para responder de o desejar, o Sr. Deputado Manuel Malaquias.

O Sr. Manuel Malaquias (PSD): - Sr. Presidente: Srs. Deputados: Fiquei estarrecido com as declarações do Sr. Deputado Veiga de Oliveira e agradece a declarações do Sr. Deputado Amónio Arnaut.

Na verdade, se eu disse que o Governo é que pagou, disse mal. É um facto que este Governo teve a vontade política de pôr em execução um despacho...

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Um decreto!

O Orador: - ...da engenheira Maria de Lurdes Pintasilgo e que esse pagamento foi efectuado durante este Governo. É isso que lhe tenho a dizer.

Relativamente a garantir o poder de compra: registei que o ST. Deputado conseguia subir os sala' rios através do abono de família.

Vozes do PCP: - Não disse nada disso!

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): -Então e o número de reformados?

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Ainda temos mais tempo...

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nascimento Rodrigues.

O Sr. Nascimento Rodrigues (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: A interpelação do Partido Comunista sobre política social e bem-estar da população acabou por se traduzir num conjunto de palavras ocas, de frases feitas e, de imagens gastas.

Vozes do PSD, do CDS e do PPM: - Muito bem!

O Orador: - E isso foi extremamente sintomático e extremamente revelador na intervenção que o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa fez a propósito da política de trabalho e de emprego.

Não vejo nas bancadas do Partido Comunista o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa...

Vozes do PCP: - Está ali!

O Orador: - Ah! Está ali.

Lamento ter de dizer que a sua intervenção me fez lembrar uma expressão que se utiliza na minha terra