tado Veiga de Oliveira num ponto: eu respeito muito os poderes amplíssimos do Partido Comunista, mas nunca me passou pela cabeça acusá-lo de que chova ou não chova, de que troveje ou deixe de trovejar.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Só falta isso!

O Orador: - Portanto, quanto a isso, estou descansado, e quanto às acusações o Sr. Deputado também pode estar descansado. Em segundo lugar, queria dizer-lhe que lastimo que me chame caluniador.

A ofensa que isso para mim poderia significar, evidentemente que a devolvo.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Dá-me licença que o interrompa?

O Sr. Oliveira Dias (CDS): - Faça favor.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - O Sr. Deputado não disse que nós protestávamos ou que levantávamos a questão destes trabalhadores por serem eventualmente do PCP? Isso são calúnias, Sr. Deputado. Não tem nenhum fundamento pára dizer isso.

O Sr. Oliveira Dias (CDS): - Eu ia falar nisso mais adiante, mas, uma vez que t> Sr. Deputado diz isso e está bem informado, fico satisfeito por saber que o Partido Comunista afirma aqui que não tem ninguém entre os trabalhadores da Standard Eléctrica e da outra empresa...

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Ninguém disse isso!

O Orador: -... e que apenas pretende captar lá mais uns votos.

Risos do CDS, do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Luis Barbosa.

O Sr. Luís Barbosa (CDS): - Penso que a intervenção do Sr. Deputado Veiga de Oliveira nada acrescentou ao problema que eu tinha posto, pelo que não vou responder.

Mas, só para terminar, queria dizer que, dada a sua dificuldade em encontrar os nomes dos nossos Deputados, vamos pensar; seriamente, em elaborar uma lista dos nossos Deputados com os nomes e fotografias e oferecê-la ao Sr. Deputado Veiga de Oliveira.

Risos gerais.

Só lhe queremos perguntar se quer com dedicatória ou sem dedicatória.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Podem pôr dedicatória!

Risos gerais.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Peçam também à Sr.ª Secretária de Estado.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vai ser lido um requerimento apresentado pelo Partido Socialista.

Foi lido. É o seguinte:

Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República:

Ao tomar conhecimento, através de notícias publicadas em diversos jornais portugueses, de que em Macau e em diversas representações diplomáticas portuguesas no estrangeiro se procedeu posteriormente a 31 de Maio de 1980 -e continua a proceder ao recenseamento eleitoral de numerosos cidadãos, alegadamente na sequência e em cumprimento de instruções nesse sentido emitidas pelo Governo ou, pelo menos, com conhecimento e passividade daquele órgão de Soberania, o que integraria diversas ilegalidades, até porque o Decreto n.º 293/I desta Assembleia da República não entrou ainda em vigor e de todo o modo não prevê a sua aplicação retrospectiva.

Vem o Grupo Parlamentar Socialista, ao abrigo do artigo 218.º do Regimento, requerer pertinente inquérito parlamentar, com vista ao apuramento das arguidas ilegalidades e da eventual responsabilidade correlativa do Governo e da Administração.

O Sr. Presidente: - Nos termos do n.º 2 do artigo 18.º do invocado Regimento, este requerimento é admitido e será presente à próxima reunião dos grupos parlamentares.

Há aqui um lapso, onde diz: «retrospectiva», deve ser «retroactiva», mas entende-se.

O Sr. Carlos Candal (PS):. - Uma gralha manifesta! Risos do PSD, do CDS e do PPM.

O Orador - Aliás, o sentido é indirectamente o mesmo, não há razão para tanto escárnio, tem exactamente a mesma significação. Simplesmente, em direito usa-se antes a palavra «retroactiva».

O Sr. Carlos Lage (PS): - É panorâmica a retrospectiva!

O Sr. Presidente: - Mas está corrigida a gralha, Srs. Deputados.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura.

A Sr.» Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Estou um pouco confusa - como sabem, não tirei o curso de deputada...

O Sr. Angelo Correia (PSD): - A senhora é Deputada!

A Oradora: -... e nestas coisas sinto-me um pouco atrapalhada.

Eu desejava saber se a Sr.ª Secretária de Estado não responde à pergunta que lhe foi feita pela simples 'razão de que o meu partido, e eu muito especialmente, estava extremamente interessada na pergunta que lhe foi feita não só por fortes razões, que não vale a pena referir nesta Câmara, como também por vinte e cinco anos de trabalho com adolescentes, em sociologia e psicopedagogia.