maioritária tomada na Comissão Permanente onde estavam trinta e um Deputados de todos os partidos. Consequentemente pedia-lhe o favor de não usar expressões injuriosas, pois está expressamente, previsto no Regimento que dão devem ser pronunciadas.

Peço-lhe o favor de continuar mas com o mínimo de contenção, de forma que, não chegue ao limites da injúria.

O Orador: - Sr. Presidente, agradeço-lhe a precisão como interpreta estas matérias. Julguei, em todo o caso, que, as expressões injuriosas só oram proibidas quando referidas a pessoas e eu referi uma coisa, uma deliberação.

Entretanto, estou disposto, a corrigir e a dizer: deliberação da Comissão Permanente, na base, de uma infame proposta da Aliança Democrática.

Aplausos do PCP.

Protestos do CDS, do PSD. do PPM e de alguns Deputados reformadores.

O Sr. Presidente: - Se, o Sr. Deputado insiste em usar termos injuriosos vejo-me forçado a retirar-lhe a palavra.

O Orador: - Já agora, Sr. Presidente, seria isso a última coisa que faltaria, para completar o quadro.

Aplausos do PCP, do PS e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Não hesitarei, Sr. Deputado.

O Orador: - Não provocarei tal situação, mas não hesitarei em não me conter na utilização das palavras que acho justificáveis, por não serem ilícitas, só porque o Presidente me ameaça ilegitimamente e injustificadamente de me cortar a palavra.

Não receio o Presidente da Assembleia da República!

Aplausos do PCP, do PS e do MDP/CDE.

Manifestações de protesto do PSD, do CDS, do PPM e de alguns Deputados reformadores que as fazem de pé.

O Orador: - E desafio os democratas que injustificadamente se levantam além contra mim, que não lhes admito uma ponta de legitimidade para impugnarem a minha conduta democrática aqui na Assembleia.

Aplausos do PCP, do PS e do MDP/CDE.

Protestos do PSD, do CDS, do PPM e de alguns Deputados reformadores que batem com as mãos nas respectivas carteiras.

O Orador: - Pelo menos não ameaço a integridade da madeira das bancadas desta Assembleia a murro, como está a acontecer com as bancadas da AD. Respeito as pessoas e a propriedade pública desta Assembleia.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço o favor de se conservarem em silêncio.

O Orador: - Não injuriei ninguém, nenhuma pessoa, partido ou instituição. Disse que a proposta é infame e mantenho, e ninguém me pode proibir de usar este direito.

O Sr. Presidente: - Se insiste, tenho de retirar-lhe a palavra. V. Ex.ª não o pode, a bem da dignidade desta Assembleia, usar expressões dessa natureza.

Assim retiro-lhe a palavra.

Aplausos do PSD, do CDS, do PPM e de alguns Deputados reformadores.

Protestos do PCP. Ex.ª não pode continuar a falar. Retiro-lhe a palavra, porque a considero injuriosa.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Afinal não há medida nem para a vergonha.

Vozes do PCP: - 15to é um escândalo!

O Sr. Almeida Santos (PS): - Peço a palavra para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Em relação a quê, Sr. Deputado?

O Sr. Almeida Santos (PS): - Em relação a afirmações feitas pelo Sr. Deputado Rui Pena.

O Sr. Presidente: - V. Ex.ª pode é formular um contraprotesto, porque, se sente atingido.

O Sr. Almeida Santos (PS): - Pareceu-me que o Sr. Deputado Rui Pena fez uma interpelação à Mesa e não um protesto.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Rui Pena começou por comunicar uma interpelação à Mesa, mas a Mesa atende, tanto, à designação que- se dá atenção no pedido da - palavra como ao seu conteúdo substancial. E o Sr. Deputado Rui Pena terminou muito claramente a sua intervenção afirmando que protestava. Já não posso é recordar a realidade, contra a qual ele, afirmou o seu protesto. A partir do momento em que ele o fez tive de reconhecer aos Srs. Deputados que eventualmente se sentissem atingidos o direito de contraprotestar.

Neste sentido, tem V. Ex.ª a palavra, na hipótese de se sentir atingido.