aqui hoje é um ataque frontal ao parlamentarismo.

Vozes do CDS:- Muito bem!

O Orador:- Que o Partido Comunista o faça, eu compreendo; que o Partido Socialista arranje, também, maneira de estar a ajudar a suplantar a República parlamentar - em que, queremos viver, custa muito a aceitar, mas é a isso que estamos a assistir infelizmente.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Por isso, eu, por imperativo da minha consciência e violando, inclusivamente, as regras de disciplina do meu grupo, disse: «Estou de acordo com isto, não estou de acordo com aquilo.» Não estou de acordo, de maneira nenhuma, com o facto de que venham inserir-se agora alterações à ordem de trabalhos para a qual foi convocada a sessão suplementar da Assembleia. Isso repugna a minha consciência. É impossível que tudo esteja a ver mal, como jurista, mas parece-me que não. Penso que, se nós retribuímos, e conscientemente, competência à Comissão Permanente para convocar a Assembleia para determinados trabalhos, é porque esses trabalhos, pela, sua urgência e pela. sua importância, justificavam essa convocação. Por isso, não me parece, lógico que depois nela venham a inserir-se outros trabalhos. Ou bem que - eles já eram importantes e justificavam essa convocação e deviam ter sido inseridos de princípio, ou então são supervenientes. Neste último caso, justificarão a convocação de uma nova sessão suplementar, nem que seja por um ou dois dias. Esta é a minha lógica e é a lógica dentro da qual eu me situo. Acho que tenho razão, terei razão contra todos, contra as bancadas da direita e da esquerda, paciência, mas estou muito habituado na vida a lutar sozinho.

O Sr. Presidente - Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Catarino.

O Sr. Luís Catarino (MDP/CDE): - Desejo fazer uma breve interpelação à Mesa para tentar definir o sentido exacto da matéria a votar.

Uma voz do PSD: - Ainda não percebeste?

O Orador: - Talvez esta dificuldade advenha de este, órgão, que é um órgão que não é de discussão nem de trabalho de, elaboração de propostas, estar confrontado com um trabalho que pertence a uma Comissão, que é a Comissão Permanente. Atirou-se para o Plenário com 250 Deputados a discussão de, uma matéria que pertence a um Órgão que é expedito e funcional por natureza, que é uma comissão. E as dificuldades que nós sentimos decorrem directamente daí. Na agenda de matérias da Comissão Permanente são previstos pedidos de, autorização legislativa, diz-se com rigor quais são as ultimações de processo legislativo que devem ser tratadas. Diz-se, com muito rigor até, quais são as moções que devem ser apresentadas, e naturalmente nós podemos fazer um balanço dos trabalhos e das tarefas que nos esperam.

Relativamente a este aditamento, Sr. Presidente, ele vem referido apenas de uma maneira indefinida sem nos dar qualquer pista e qualquer ideia acerca do volume. e dificuldades d e trabalho com que nos vamos deparar. Por isso pergunto à Presidência o seguinte: De que alterações ao Regimento vamos tratar? Que autorizações de empréstimo vamos considerar? Que ratificações de, Convenções vamos discutir? São todas as alterações ao Regimento que estão apresentadas? São todas as autorizações de empréstimo que estão pedidas ou que vão ser pedidas? São todas as ratificações de. convenções que estão pendentes? 15to é necessário., no mínimo, para nós podermos visualizar o montante das tarefas e o volume dos problemas com que nos vamos deparar.

eseja usar da palavra, vamos proceder à votação da proposta constante, do n.º 4.

Submetida à votação, foi aprovada, com os votos a favor do PSD, do CDS, do PPM e de 3 Deputados reformadores, com votos contra do PS, PCP e MDP/CDE e a abstenção, do Sr. Deputado reforma, dor Sousa Tavares.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Lage. V. Ex.ª dispõe de três minutos.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Acabamos de assistir a uma votação em que