melhor sentido do termo -, de que certas coisas fossem possíveis na Pátria reencontrada. E então decidiu deixar-se morrer. [Fim de citação. )

É esta faceta de um homem livre que o Centro Democrático Social quer aqui homenagear e principalmente - prezar quem foi o autor do grande livro, chamado Rumo de Portugal, Atlântico ou Europa, em que decididamente combateu as teses daqueles que hoje hipocritamente o elogiam e sectariamente querem apossar-se, do seu cadáver.

Aplausos do CDS. do PSD, do PPM e dos Deputados reformadores e de alguns Deputados do PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em nome da UDP, muito simplesmente, e em meu nome, muito humildemente, queria associar-me à homenagem e ao pesar pela morte do Prof. Barradas de Carvalho.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Suponho que terei comigo a unanimidade das opiniões de VV. Ex.ªs e do sentir que acabam todos de manifestar se a este voto de pesar pelo sentimento da perda de um grande vulto da cultura portuguesa acrescentarmos directa e expressamente endereçada, da forma mais respeitosa, à viúva do Prof. Barradas de Carvalho e ao Sr. Deputado Arons de Carvalho a solidariedade das nossas profundai condolências pela perda de vosso marido e pai, e pela perda irreparável que, sofreram a cultura e a luta pela liberdade portuguesas.

Vamos proceder à votação destes votos de pesar.

Submetidos à votação, foram aprovados por unanimidade.

O Sr. Presidente: - Está encerrada a discussão o votação dos votos.

Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Leite.

O Sr. Jorge Leite (PCP):- Sr. Presidente, Srs. Deputados: - Nas últimas semanas, os partidos da oposição e, designadamente, o PCP trouxeram aqui muitas e graves acusações ao Governo da AD; trouxeram-nas, nomeadamente, durante as interpelações do PS sobre comunicação social e do PCP sobre política social. As acusações que aqui se fizeram são parte das que as massas populares fazem a este Governo sintetizadas na expressiva frase de «Sá Carneiro para a rua ... »

Risos do PSD, CDS e PPM.

... ouvida, predominantemente, em todas as grandes manifestações. As acusações têm sido tantas e tão graves que este Governo teria posto já a questão da sua demissão se lhe restasse alguma vergonha.

O Sr. Lacerda de Queirós (PSD): - Quem não tem vergonha é o Sr. Deputado!

O Orador: - Compreende-se, porém, por tudo isto porque é que este Governo foge apavoradamente à discussão da moção de censura apresentada pelo PCP e porque é que se propõe encerrar tão atabalhoada e precipitadamente as - portas da Assembleia da República. Com tais atropelos às normas da Lei Fundamental e da convivência democrática, a coligação governamental ensaiava mais um expediente para deixar na sombra as suas reais manobras de mascarada eleitoral com que sempre sonharam os seus dirigentes. Segura de que sem batota não continuará a ser maioria ou, mais precisamente, segura de que sem batota passará a ser eleitoralmente mais minoria do que o foi no passado dia 2 de Dezembro, a AD promoveu um conjunto de medidas tendentes à sua manutenção artificial e antidemocrática no Poder.

A tentativa de fraude incitou-a o Governo com a proposta de alteração à lei do recenseamento, tentativa falhada porque, como toda a gente se recordará, a maioria de Deputados da AD foi então, aqui, minoria. Esta derrota irritou a coligação governamental que inconstitucionalmente e antidemocraticamente tentou refazer-se do desaire sofrido, apresentando atabalhoadamente um novo projecto de lei sobre a mesma matéria, correndo assim desesperadamente para um novo desaire no campo que a AD havia eleito como campo privilegiado da sua manobra eleitoral.

O Sr. Lacerda de Queirós (PSD): - Que lindo!

O Orador: - Com a apresentação das propostas governamentais de alteração à lei eleitoral apenas se confirmou o que era já conhecido: o Governo Sá Carneiro/Freitas do Amaral propunha-se fazer uma reedição da «ignóbil porcaria» de fabricação administrativa de Deputados.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Os seus intentos golpistas não se consumaram, não porque faltasse vontade política à AD, mas porque as forças democráticas o vão consentiram e porque as instituições da República se não