interesses das camadas populares nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, que é o que está em causa.

E é por isso que este estatuto regional, que devia dar passos qualitativos no sentido de tornar a autonomia regional segura, no sentido de a tornar certa e nítida, não a torna, nem certa, nem segura, nem nítida. Ela continuará a ser confusa e incerta e continuar-se-á sem saber onde é que ela está, porque é do interesse daqueles que continuam a dominar a política regional que assim seja, porque não há qualquer interesse da parte deles em que a autonomia regional seja seguramente definida, nitidamente delimitada e claramente confinada.

Ao fim e ao cabo, os Srs. Deputados podem perguntar: a que vem isto? Estas palavras e estes argumentos são atirados contra uma parede perfeitamente insensível a tudo o que seja argumento racional.

Na minha frente estão Deputados que juraram que hoje não pensariam e apenas seguiriam aquilo que a cabeça do Sr. Alberto João Jardim determinou que se fizesse, Deputados que, ao fim e ao cabo, se demitiram de argumentar e de ser sensíveis a argumentos racionais, uma maioria que se eximiu a utilizar os poderes constitucionais que devia ter.

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

Mas isto não me dispensa, Srs. Deputados de apresentar argumentos e de, perante este non sense político e perante esta irracionalidade política a que estamos a assistir, tentar fazer valer, ao menos, um mínimo de racionalidade e um mínimo de lógica argumentista.

O Sr. João Morgado (CDS): - Já chega!

O Orador: - Incomodo-o não é, Sr. Deputado?

O Sr. João Morgado (CDS): - Não me incomoda, mas aborrece-me!

O Orador: - Há Deputados que já nem sequer se incomodam de não pensar! Chegámos a isto!

Mas eu creio que nas bancadas da maioria continua a haver Deputados que não querem deixar de pensar, continua a haver Deputados que querem ver, que querem pensar pela sua própria cabeça e que ainda não passaram procuração ao Presidente do Governo Regional da Madeira para pensar em seu nome sobre o que deve ser a autonomia regional e, sobretudo, o que deve ser do interesse da República. porque, acima de tudo e da nossa parte, a autonomia regional e a questão regional é uma questão do regime democrático-constitucional e não apenas uma questão dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

Da nossa parte, não nos demitimos de sermos Deputados da República, que outros sejam Deputados de uma personalidade é lá com eles e apenas o lamentamos.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Amândio de Azevedo.

discussão como não aprovaram uma única, ou antes, rejeitaram em bloco, e numa coligação de momento, toda e qualquer das propostas que apresentámos.

Portanto, talvez não devam insistir tanto nas críticas que estão a fazer que, aliás, não são justas, porque já houve algumas - propostas que aceitámos e, eventualmente, estaremos dispostos a aceitar outras. Estamos a intervir seriamente no debate, estamos a gerir o tempo de acordo com aquilo que pensamos ser mais conveniente, e era bom que para pouparmos tempo não se insistisse nesse método. Foi esta até a razão principal da minha intervenção.

Acho que esta explicação é suficiente e valia a pena não estar a dirigir mais insultos à maioria, como os que têm sido constantemente dirigidos pela bancada do PS e do PCP. Esta é uma explicação para quem seguir estes debates da Assembleia e o público português saberá analisar perfeitamente as posições dos partidos. Nós assumimos a responsabilidade pelas nossas posições e é bom que se saiba que não respondemos nem a estes ataques, nem a estes insultos, nem a estas provocações, pela simples razão de que o tempo é escasso e não o queremos perder. Preferimos aprovar as leis que dizem respeito ao Estatuto da Região Autónoma da Madeira do que estar aqui a replicar, todas as vezes que isso se justifica, às acusações e aos insultos das bancadas da oposição.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Quando não se tem argumentos, diz-se que toda a gente, insulta!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Almeida Santos,

O Sr. Azevedo Soares (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito?

O Sr. Azevedo Soares (CDS): - É para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Então faça favor.

O Sr. Azevedo Soares (CDS): - Sr. Presidente, utilizei a figura regimental da interpelação por duas