meiro-Ministro usou uma linguagem de grande carga ideológica e agressividade que, se se poderá compreender num líder da oposição, não se compadece com as responsabilidades de um Primeiro-Ministro obrigado a dialogar com a oposição e com o País.

Terminamos com unia palavra de serenidade e esperança.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Ah!... Nada serenos!

O Orador: - A democracia portuguesa já é bastante sólida para suportar rudes embates e para proporcionar aos Portugueses as condições de mudarem efectivamente a sua vida, de harmonia com os ideais de justiça social e de liberdade de que o PS continuará mais do que ninguém a ser o mais fiel depositário.

O Sr. Rui Pena (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado.

O Sr. Rui Pena (CDS): - É para lavrar um muito breve protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Rui Pena (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero protestar, de uma forma muito simples mas também muito veemente, contra a expressão usada desnecessariamente pelo Sr. Deputado do Partido Socialista, fazendo coincidir o discurso político da nossa bancada, da bancada do CDS, com outros tipos de discurso político, ditatorial e antidemocrático.

Não o admitimos. Já o dissemos no passado com a suficiente veemência, voltamos a repeti-lo hoje e consideram-nos injuriados e ofendidos, tanto mais quanto essa injúria provém da bancada socialista. Creio que os Deputados socialistas têm, através do nosso passado, quer na Constituinte quer na Assembleia da República, razões de sobejo para acreditar nos nossos mais vivos protestos democráticos.

E não quero sequer lembrar ao Partido Socialista quando nos deu as mãos e fizemos a coligação que levou ao efémero II Governo Constitucional. Isso é mais uma razão para nos sentirmos injuriados quando e sempre que ouvimos essas palavras da boca de um Deputado socialista.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Lage.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pedi a palavra, como é óbvio, para contraprotestar.

Compreendo o protesto do Sr. Deputado Rui Pema, faço-lhe a justiça, como a muitos outros Deputados do CDS, e que são fiéis às liberdades e partidários da democracia. No entanto, há vozes da sua bancada que eu tenho o direito de classificar, relativamente ao discurso político que fazem e aos pressupostos ideológicos do mesmo - e refiro-me concretamente a um ouvido ontem e a outro ouvido hoje -, como tendo um carácter neo-salazarista e sendo contrários à filosofia, à Vivência, aos métodos, aos objectivos e à maneira de ser dos democratas.

Aplausos do PS

Vozes do CDS: - Não apoiado!

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem também a palavra o Sr. Deputado Moura Guedes.

O Sr. Moura Guedes (PSD): - Sr. Presidente, permita-me V. Ex.ª que antes Ide. iniciar a minha declaração de 'voto eu preste um brevíssimo esclarecimento à Sr.ª Deputada Alda Nogueira, reafirmando o sentido das votações do PCP em relação às leis do Plano de 1976 e de 1977, aqui referidas peio Sr. Primeiro

-Ministro através de dados que forneceu a esta Câmara e que são inteiramente exactos.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Não pode ser! O Sr. Deputado dá-me avenca?

O Orador: - Se a Sr.ª Deputada tem alguma dúvida a este respeito desejava convida-la a consultar os respectivos Diários das Sessões, que a esclarecerão completamente.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, eu gostava de usar da palavra apenas para esclarecer este assunto.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Já está tudo esclarecido.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, como V. Ex.ª sabe, isso só pode acontecer se o orador não se opuser.

O Orador: - Sr. Presidente, se V. Ex.ª autoriza eu não tenho nenhuma coisa a opor.

O Sr. Presidente: - Então, faça favor, Sr. Deputado Carlos Briito.

cuidado de fazer no intervalo, muito embora tivéssemos bem de memória como as coisas se passaram - comprovará o que acabamos de dizer.

Muito obrigado pela interrupção. Sr. Deputado Moura Guedes.