Ainda mais uma coisa e com isto acabo: a criação do Ano Propedêutico, o qual não vi ninguém das bancadas do PCP, pelo menos hoje, atacar e que tem sido o promotor de maior elitismo na educação em Portugal.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - O Ano Propedêutico tem criado um elitismo como há muito tempo não víamos em Portugal.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Apoiado!

A Oradora: - São coisas como esta que é preciso atacar, assim como com as ideias feitas acerca de tal história do ensino unificado.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, nós gostaríamos de saber a que título a Sr. Deputada Maria Manuela Saraiva usou Já palavra, fazendo, ainda para mais, críticas ao 25 de Abril.

Vozes do PSD: - Não apoiado!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, a Mesa tem procurado respeitar ao máximo os limites de tempo regimentalmente fixados. No entanto, afigura-se-lhe que desde que um Sr. Deputado pretenda pedir um esclarecimento a Mesa não o pode impedir de fazê-lo. Esta foi a razão que levou a Mesa a conceder a palavra à Sr. Deputada Maria Manuela Saraiva.

Quanto às considerações que a Sr. Deputada fez, se elas merecem o louvor ou a censura de qualquer outro Sr. Deputado poderão ser objecto de protesto.

De qualquer modo, lembro que deram entrada na Mesa duas moções de protesto que têm de ser votadas e que a Mesa desejava apresentar. Consequentemente, não sei se a Sr. Deputada Rosa Represas deseja responder.

A Sr Rosa Represas ((PCP): - Peço a palavra. Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: -Tem a palavra a Sr. Deputada Rosa Represas, mas pedia-lhe o favor de ser breve.

A Sr. Rosa Represas (PCP): - Penso que a Sr. Deputada que acabou de falar não me fez pedidos de esclarecimentos e daí não me sentir ma obrigação de lhe responder.

No entanto, gostaria de corrigir um aspecto que foi referido pela Sr. Deputada, que talvez não tenha ficado bem claro na minha intervenção, e que vou tentar explicitar.

Em primeiro lugar, não pretendi falar aqui em nome da justa luta dos estudantes da Escola de António Arroio. Como Deputada do Grupo Parlamentar do PCP e Deputada da Juventude fui à Escola de António Arroio no dia em que os estudantes desta Escola realizaram uma jornada de luta e, tendo em conta que fiquei extraordinariamente impressionada com o clima que se vivia nesse dia de luta nessa Escola, pretendi apenas trazer aqui a esta Assembleia aquilo que senti e aquele que resultou dos contactos que estabeleci com os estudantes que estavam nessa altura na escola.

Em segundo lugar, gostaria também de reafirmar a minha solidariedade e a do meu camarada Fernando Rodrigues, que foi comigo à Escola de António Arroio, com a luta dos estudantes desta Escola em torno de objectivos que consideramos serem justas, não ignorando também, como é evidente, a participação que os pais poderão dar na luta pela concretização dos anseios dos jovens estudantes.

Por último, gostaria também de fazer uma pequena correcção àquilo que a Sr.ª Deputada disse sobre o Ano Propedêutico. O Grupo Parlamentar do PCP votou, quer na generalidade, quer na especialidade, contra c Ano Propedêutico e achou e algum partido neste hemiciclo que votou a favor do Ano Propedêutico esse partido foi o CDS e não o PCP.

Aplausos do PCP e do M DP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos de Sousa.

O Sr. Carlos de Sousa (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Uso pela primeira vez nesta Câmara da palavra para dar um curto esclarecimento à Sr. Deputada da bancada do PSD que falou há momentos e também para dar a conhecer a esta Câmara que os Deputados eleitos pela Juventude Socialista - os jovens socialistas integrados no Grupo Parlamentar do Partido Socialista- se interessam e têm em consideração as justas lutas e anseios dos estudantes portugueses. Também eles, sem receberem lições de ninguém, estiveram ao lado dos estudantes da Escola Secundária de António Arroio, no passado dia 17, demonstrando, na prática a sua solidariedade militante ao lado daqueles que se, por um lado, querem a ruptura com a escola velha e caduca defendem por outro lado, um ensino vivo, ligado à vida, ligado às condições reais que permita o desenvolvimento da juventude, tendo em vista a futura