do dia por se ter considerado na altura conveniente reestruturar primeiro a organização dos bombeiros, agentes preciosos e indispensáveis no combate aos incêndios florestais.

Embora considerando que o decreto-lei em discussão não corresponde à legislação desejável e que seria bem possível produzir nesta Assembleia obra de alcance e eficácia mais vastos, a minha bancada, em face da presente distribuição de forças, aprova-o na generalidade, não obstante proponha alterações na especialidade que considera susceptíveis de lhe imprimir um enriquecimento significativo.

O Grupo Parlamentar do Partido Socialista espera da maioria parlamentar consenso para as alterações propostas, dada a importância relevante do património florestal português e a evidente necessidade de serem criadas melhores condições para a sua protecção e valorização.

Aplausos do PS, da ASDI e da UEDS.

O Sr. José Vitorino (PSD): - Peço a palavra para formular um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade, Sr. Deputado.

O Sr. José Vitorino (PSD): - Sr. Presidente, farei um protesto muito breve, até porque sobre o problema em causa um colega meu debruçar-se-á em seguida.

Quanto à gravidade dos incêndios e aos prejuízos causados ao património nacional, bem como a diversos empresários e colectividades, pois todos estamos de acordo.

Mas o que me parece extremamente grave são as acusações que durante uma parte importante da intervenção do Sr. Deputado Azevedo Gomes estiveram sempre presentes. Parece-me que, pela sua gravidade, estas acusações deveriam ser mais especificadas.

O Sr. Deputado Azevedo Gomes acusa pessoas e forças políticas. O Sr. Deputado acusa pessoas e relaciona-as com determinados interesses, embora diga desde logo que essas mesmas pessoas não estão ligadas às forças políticas organizadas anteriormente ao 25 de Abril, pois que nessa altura não houve incêndios de monta. Diz o Sr. Deputado, também, que durante o tempo dos governos socialistas os incêndios foram em número muito mais reduzido do que em outros governos.

É evidente que não podemos deixar de realçar a gravidade deste tipo de afirmações, uma vez que, para nós, qualquer força política deve condenar os incêndios verificados, devendo, inclusivamente, condenar aqueles que, de uma forma ou outra, participaram nesses actos.

Mas, que se venha aqui dizer ou dar a entender que essas pessoas ou essas forças políticas estão numa área diferente daquela em que se situa o PS ou outra força política organizada antes do 25 de Abril, não pode de modo algum ser por nós aceite e, muito menos, deixado passar em claro.

O Sr. Presidente: - Para um contraprotesto, tem a palavra o Sr. Deputado Azevedo Gomes.

adas nos incêndios florestais. Por outro lado, é ainda evidente que as celuloses procuram, acima de tudo, transformar o património florestal deste país num património fundamentalmente produtor de rolaria. Eu terei ocasião de fazer várias intervenções nesta Casa para demonstrar o erro profundo que isso significa e os elevados custos que isso acarreta para o País. Portanto, é evidente que as celuloses são beneficiárias dos grandes incêndios que têm ocorrido e que dizimaram uma área, onde se poderão fazer as tais plantações que tanto interessam às celuloses, de 250 000 ha de pinhal.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Soares Cruz.

O Sr. Soares Cruz (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Um pouco na sequência do protesto feito pelo Sr. Deputado José Vitorino, gostaria de pedir um esclarecimento ao Sr. Deputado Azevedo Gomes.

Contudo -e se me permitem um aparte-, não acredito que o Sr. Deputado, com a preparação técnica e política que tem, possa confundir interesses económicos com interesses políticos.

Vozes do CDS e do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Estou seguro e ciente de que os fogos foram postos por interesses políticos e, algumas vezes, também por interesses económicos. Estes, porém, serão de somenos importância.

Protestos do PS e do PCP.

É também evidente -embora os Srs. Deputados estejam tão excitados- que nada temos a ver com esse facto. Quer os interesses sejam políticos ou económicos, repudiamo-los veementemente.

Protestos do PS e do PCP.

Assim, pergunto: será que de uma intervenção que já se fez nesta Câmara não surgiu alguma luz sobre as suspeitas que pendem em relação às forças