O Sr. Vital Moreira (PCP): - Vá para a JP falar!

O Orador: - Eu não posso é compreender como é que a Sr.ª Deputada Alda Nogueira, pertencendo a um partido que deu cabo da CP centralizando os serviços, saneando ferroviários competentes sem notas de culpa, fazendo todo o género de tropelias e escolhendo para seus administradores, durante anos, incompetentes só pelo facto de serem do Partido Comunista, tem agora o atrevimento de se queixar dos maus serviços prestados pela CP.

Vozes do PCP: - Você devia ter vergonha!

O Sr. Vital Moreira (PCP): - JP miserável! Toda a gente o conhece, você é um corrupto!

O Sr. Presidente: - Peço o favor aos Srs. Deputados de não interromperem o orador a quem peço que, sinteticamente, formule o seu protesto

O Orador: - Esteja descansado, Sr. Presidente.

A centralização que foi feita na CP por administradores mandatários, do Partido Comunista, que deram cabo das estruturas da CP, que impediram uma filosofia verdadeira de transportes e que atrasam o? caminhos de ferro portugueses estagnando o seu progresso, são a grande causa da situação actual da CP.

Vozes do PSD:- Muito bem!

O Orador: - É por isso, Sr.ª Deputada Alda Nogueira, que eu protesto em relação à sua intervenção.

Aplausos do PPM, do PSD e do CDS.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Vá para a JP!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Alda Nogueira.

A Sr.ª Alda Nogueira (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Já esperava que a minha intervenção provocasse a irritabilidade, os protestos e todas estas manifestações a que acabamos de assistir por parte das bancadas da AD.

Vozes do PSD:- Da sua bancada!

A Oradora: - E já esperava até porque os pontos que toquei na minha intervenção são concretos, são pontos sentidos pelos trabalhadores e pelos emigrantes em geral.

Para já, quero salientar que pedidos de esclarecimento houve muito poucos, houve sim grandes irritabilidades, acusações ao Partido Comunista, etc.,.. Entretanto, há duas ou três coisas que gostaria de esclarecer.

Em primeiro lugar, a propósito da observação feita pelo Sr. Deputado Amândio de Azevedo que não foi um pedido de esclarecimento...

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Foi e bem claro!

A Oradora: - ... -, devo lembrar-lhe que o Sr. Deputado fazia parte da Assembleia Constituinte e que foi uni dos Deputados que votou para que os emigrantes não tivessem voto nas eleições para a Presidência da República. Por outro lado, queria lembrar-lhe também que foi aprovado por unanimidade a não participação dos emigrantes para a eleição do Presidente da República.

Estas são as verdades que custam a engolir à AD e é por estas e por outras que a AD se preparava para alterar a Lei Eleitoral.

Vozes do PCP: - Falsário!

O Sr Vital Moreira (PCP): - Miserável!

A Oradora: - Não me interrompam, por favor!

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Os senhores, por favor, também não me interrompam senão fico sem tempo para dar esclarecimentos

Portanto, as vossas acusações não têm razão de ser e - como já disse o meu colega Vital Moreira - cheira e tresanda a farisaísmo a observação do Sr. Deputado Amândio de Azevedo.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Aplaudam agora!

sobre a comissão consular de emigrantes e outras que não figuram nas conclusões finais, colóquio onde foi feito o auto-elogio da AD, colóquio que, na verdade, teve uma supercobertura por parte dos órgãos de comunicação social afectos à AD. Eu poderia estar aqui toda a tarde a denunciar este colóquio fantasma, com fins verdadeiramente eleitoralistas - veja-se a data em que ele foi feito.

Aliás, há uma carta que os órgãos de comunicação social afectos à AD tiveram o cuidado de não divulgar mas que o Portugal Hoje e outros órgãos de informação democráticos divulgaram, que é uma vergonha para a AD.

E se os senhores se vêm aqui reclamar, depois de realizado este colóquio, de defenderem os interesses dos emigrantes posso dizer-vos que não têm credibilidade entre os emigrantes. O que dá voz ao Partido Comunista Português para falar em nome dos emigrantes não são os votos colhidos através de manipu-