O Sr. Azevedo Soares (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Azevedo Soares {CDS): - É para um protesto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Azevedo Soares (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Gostaria de formular um curto protesto.
O Sr. Carlos Brito (PCP): - Para defender o Soares Carneiro!
O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Olha o ajudante do Eanes!
O Orador: - Ao ouvir a declaração política da Sr." Deputada Zita Seabra; e principalmente na parte inicial e final, não pude deixar de olhar com alguma nostalgia para o candidato que nunca chegou a sê-lo...
Risos do CDS.
Vozes do PCP: - E o vosso?
O Orador - Efectivamente, esta declaração política da Sr.ª Deputada Zita Seabra vem mais uma vez dar razão àqueles que desde sempre têm alertado para os perigos que representaria o apoio claro, escondido, do Partido Comunista a qualquer candidatura...
O Sr. Carlos Brito (PCP): - É claro ou escondido?
O Orador: - Sr. Candidato, desculpe, já nem sei como referir-me a V. Ex.ª...
O Sr. Carlos Brito (PCP) - Está atrapalhado... Vou-me calar.
O Orador: - Sr. Deputado, o seu apoio foi claro, o do seu partido, ora foi escondido ora claro, consoante as circunstâncias, as conveniências, as oportunidades.
É essa ambiguidade que o partido que V. Ex.ª aqui representa como presidente do Grupo Parlamentar incute a certas candidaturas e que traz essas conclusões e essas consequências para a dificuldade que vemos e para os perigos que desde sempre assinalámos e que adviriam exactamente desse apoio. E estão aqui bem patentes: o Partido Comunista, neste momento, já não se limita a dizer que o general Eanes é o sapo que engolem, pois já está na fase afirmativa, isto é, o Partido Comunista deixou de defender o mal menor para, tirando todas as conclusões e todas as consequências do seu apoio, passar agora à exigência dos males maiores para a democracia e para o País.
O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!
Aplausos do PSD. do CDS e do PPM.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Amândio de Azevedo pediu a palavra para que efeito?
O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Para fazer uma pergunta, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, como sabe, regimentalmente não é possível.
O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Posso fazê-lo porque me inscrevi a tempo, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado entende a formulação da pergunta como um pedido de esclarecimento, não é verdade?
O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Sim, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - A Sr.ª Deputada Zita Seabra não quererá primeiro responder ao protesto?
O Sr. Presidente: - Eu não sei se a Sr.ª Deputada Zita Seabra quer responder já ao protesto do Sr. Deputado Azevedo Soares ou se se reserva ao direito de responder no fim dos pedidos de esclarecimento...
A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - No fim, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Tem então a palavra o Sr. Deputado Luís Coimbra para um pedido de esclarecimento.
O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Sr. Presidente, dá-me licença?
O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Sr. Presidente, peço desculpa, mas quando são vários protestos, compreendo que se responda a todos no fim, mas um protesto é coisa muito diferente de uma pergunta.
Risos do PCP e do MDP/CDE.