em relação ao aumento do preço do petróleo. O que posso dizer é que em termos portugueses, e foi nesses que coloquei o problema, o aumento do preço do petróleo representou em seis anos um aumento de 800%. Na nossa balança de transacções correntes, no nosso défice comercial, o preço do petróleo passou de 6% em 1973 para 50% do défice em 1979. Creio que é enganarmo-nos a todos se continuamos a afirmar que o aumento do preço do petróleo nenhuma relevância tem na economia portuguesa.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Ninguém disse isso.

O Orador: - Portanto, creio que estes números são mais do que suficientes.

Em termos de Portugal e dos Portugueses, o aumento do preço do petróleo foi real, afectou e afectará, se não tomarmos medidas, gravemente a economia portuguesa.

Por seu lado, o Sr. Deputado Mário Tomé afirmou que a produtividade levará à exploração crescente do trabalho. Eu não defendo o aumento da produtividade à custa só dos trabalhadores; aumentar a produtividade é aumentar a eficiência e a organização do trabalho na economia...

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Para quê?

O Orador - No ano de 1980 ficou demonstrado que os aumentos de produtividade alcançados foram realmente em benefício da classe trabalhadora. Porque, Sr. Deputado, por muito que a oposição queira ou não, pela primeira vez, em 1980 os salários reais aumentaram e foi nos salários que se traduziu a maioria do aumento da produtividade.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Não aumentaram, apenas desceram menos.

possuidor de 34% do capital.

Nunca os anteriores governos, desde 1975, autorizaram que essa compra fosse feita a mais do que 175 francos por acção. Neste momento a oferta apresentada era de 325 francos por acção. A primeira razão do indeferimento era de que o Governo Português não se pode misturar em manobras especulativas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar, não vejo bem qual é a diferença para esta Câmara entre uma posição de um capitalista maioritário num banco e a posição de um outro. Francamente, não vejo qual é a diferença entre uma situação em que a maioria das acções do banco pertence ao Sr. Manuel Bulhosa, ou outra em que as mesmas pertencem a qualquer outro capitalista!...

O Banco Nacional Ultramarino tem a sua posição e mantê-la-á.

Em terceiro lugar, o Banco de Portugal, autoridade monetária com competência exclusiva em matéria de investimentos directos estrangeiros, desaconselhou a operação por considerá-la por valor especulativo.

Em quarto lugar, a actividade e a rentabilidade desse banco dependem exclusivamente dos acordos de cooperação e de transferências que mantém, não com o Banco Nacional Ultramarino mas com quatro bancos portugueses.

Esses acordos de revisão eram leoninos e vão ser alterados em termos de levar a remuneração desse banco francês para o que é médico no mercado francês.

Vozes do CDS - Muito bem!

O Orador. - Em quinto lugar não existiam no Banque Franco-Portugaise trabalhadores do Banco Nacional Ultramarino e, antes pelo contrário, à posição do conselho de gestão do Banco Nacional Ultramarino era a de que para tomar conta daquele banco teria que despedir pelo menos cem dos trabalhadores lá existentes.

O Sr. Soares Cruz (CDS): - Muito bem!

O Orador - Em sexto lugar, o Banco Nacional Ultramarino possui aquilo que em França se chama uma minorité de blocage, ou seja, não pode haver decisões fundamentais na vida do banco, não pode haver alterações estatutárias, não pode haver alterações de cotações do banco sem o consentimento do Banco Nacional Ultramarino.

Em sétimo lugar, a reestruturação da banca portuguesa não passa pela dispersão de "banquetas" pelas praças europeias, não passa pela expansão das nossas nacionalizações para a Europa. Ao contrário, passa pela criação de dimensões de escala, no dimensionamento adequado e de uma presença efectiva nas praças europeias dos nossos bancos.

Vozes do PSD e do CDS: - Muito bem!

O Orador. - Em oitavo lugar, está assegurada a remessa dos emigrantes para Portugal. O Banque Franco-Portugaise d'Outre-Mer representa apenas um quinto desses valores e as remessas dos emigrantes, Srs. Deputados, não são feitas em função do banco que lhes serve de instrumento mas sim em função da confiança que tenham na economia portu-