possa responder imediatamente, sem prejuízo das inscrições para pedidos de esclarecimento ao Sr. Deputado António Arnaut.
O Sr. Vital Moreira (PCP): - Curial porquê?
O Sr. Carlos Brito (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, se me permite, o argumento «curial» não me convence. Em todo o caso pedi a palavra para, do lado do meu grupo parlamentar, dar o acordo para que o Sr. Ministro dos Assuntos Sociais antecedesse os nossos oradores inscritos.
Era essa a intenção e creio que, por acordo e pela relevância que as questões ligadas à saúde têm no dia de hoje, pelos factos que há pouco salientei e pelas perguntas que dirigi ao Sr. Ministro das Finanças e do Plano, estamos de acordo em que o Sr. Ministro dos Assuntos Sociais fale já. Estamos interessados em ouvir e ... em replicar.
O Sr. Presidente: - Há alguma oposição?
Pausa.
Não havendo, vou ainda antes de conceder a palavra ao Sr. Ministro dos Assuntos Sociais, concedê-la aos Srs. Deputados que pretendem pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado António Arnaut.
Assim, tem a palavra o Sr. Deputado Jaime Ramos.
O Sr. Jaime Ramos (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: De facto o que pretendo fazer é um pequeno protesto relativamente à intervenção do Sr. Deputado António Arnaut.
Na primeira vez que li o Programa do Governo compreendi logo que o Sr. Deputado António Arnaut teria que fazer aqui uma intervenção, compreendi a sua frustração, compreendi que quem se arroga sempre a paternidade da Lei do Serviço Nacional de Saúde teria que vir aqui sublinhar a sua capacidade para assumir os erros que pretendeu cometer no campo, da saúde em Portugal.
Só que os médicos, os técnicos de saúde e a população, nos anteriores actos eleitorais demonstraram ao Sr. Deputado e ao seu partido que não lhe reconhecem a paternidade e que nem sequer querem a herança que lhes pretendeu deixar no campo da saúde.
Vozes do PSD: - Muito bem!
Protestos do PS.
Vozes do PSD: - Muito bem!
nham dado dinheiro, se deveu à incapacidade de acção.
Vozes do PS: - É falso!
Vozes do PSD: - É verdade!
O Orador: - E foi com o VI Governo que se aceleraram essas construções, que tinham parado quando, V. Ex.ª, Sr. Deputado António Arnaut, era Ministro dos assuntos Sociais.
Por outro lado, Sr. Deputado, compreendo o seu medo e a sua posição contrária à afirmação do Programa do Governo de que «igualdade implica mais justiça».
É evidente, Sr. Deputado. Há pessoas que defendem que os serviços de saúde devem ser gratuitos para todas as pessoas, e eu, por exemplo, entendo que nós que até vencemos pela letra A, devemos pagar alguma coisa, ao contrário das pessoas desfavorecidas que vivem com salários mínimos e que, esses sim, não devem pagar nada pelos cuidados de saúde.
Nós, que temos dinheiro, devemos pagar os cuidados médicos, porque a saúde custa já per capita à maosa trabalhadora do País mais de 40 mil escudos por ano. O Sr. Deputado falou depois nos barões da medicina e sobre isto devo dizer-lhe que eles são muito poucos.
O Sr. José Ernesto de Oliveira (PCP): - Mas existem!
O Orador: - O que há é médicos jovens que têm medo de não terem futuro, porque vêem que a saúde é sempre analisada por pessoas que a usam demagogicamente, que agarram nela como bandeira.
A grande maioria dos médicos: portugueses que se aproximam dos 25 mil, são jovens que estão no início da sua carreira e que exigem, como disse o Sr. Deputado e aí estamos de acordo, que o Serviço Nacional de Saúde deve ser construído serenamente e sem dogmas, o que não se faz lendo aqui excertos de jornais