A Oradora: - É lamentável, mas verifico que, efectivamente, o general Soares Carneiro é o seu fantasma preferido,...

Risos do PSD e do CDS.

... na medida em que, relativamente à Uberdade de expressão e de pensamento, apenas se lembrou do general Soares Carneiro. Realmente, não revela muita imaginação, Sr. Deputado!

Vozes do CDS: - Muito bem!

dos centros de decisão.

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Em S. Nicolau.

A Oradora: - Não é em S. Nicolau, é na Sibéria e sítios quejandos!

Efectivamente, Srs. Deputados, falta-vos qualquer sentido de responsabilidade, qualquer topo de moral, para falarem em liberdade de expressão.

Direitos do homem e liberdade de expressão, se eu estivesse nessa bancada - que é coisa que só em mera; fantasia poderia acontecer,...

Uma voz do PCP: - Passamos muito bem sem a senhora!

A Oradora: - ...porque sou amante, há muitos anos da liberdade e da democracia -, seriam assuntos em que eu jamais tocaria, porque vos são completamente alheios. São assuntos para conversar, mas nunca para trazer a esta Câmara, porque os senhores não têm qualquer moral para o fazer.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Veiga de Oliveira.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Antes de tudo, penso que se deve regressar à normalidade no tom de voz e na razoabilidade do que se diz.

Houve aqui protestos manifestamente exaltados,...

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Justamente exaltados!

O Orador: - ... que não tinham nada que ver com a argumentação política e a representatividade que cada um aqui tem, pois essa é, lembro, para todos igual.

Todos fomos eleitos com votos e, pelo nosso lado, temos mais de 1 milhão de votos, que garantem aqui a nossa presença.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Nós temos mais.

O Orador - Não se deve confundir a opinião e a ideologia política seja de quem for, com o insulto.

E, se fascistas houve, e há, quando alguém pensa que um cidadão é fascista e se acha que deve dizê-lo porque é importante, deve dizê-lo, e mais ainda nesta Câmara. Se alguém acha que um cidadão é comunista, e se acusa que isso é um insulto, embora certos fascistas não achem que é insulto quando lhes chamam fascistas, deve dizer que esse cidadão é comunista, porque acha que isso é útil para a sua argumentação.

Mas, fora disto, tudo o resto são irritações despropositadas, são vozes em crescendo sem sentido, que, naturalmente, não metem medo nem retiram representatividade a ninguém.

Portanto, reconduzindo a discussão à sua fonte - estávamos a tratar de comunicação social o meu camarária Jorge Lemos fez críticas que são conhecidas de todos, que até foram feitas por pessoas de outros órgãos de soberania e que foram já admitidas, em certos aspectos, pelos próprios visados, e estas devem ser respondidas pelo Governo, não devem ser motivo, de exaltação ou azedume ou de qualquer má disposição momentânea, devida à hora matutina em que estamos a trabalhar.

Risos do PCP.

As críticas que fizemos mantêm-se de pé, as respostas que esperamos são do Governo, porque é ele o visado.

A Sra. Deputada pode chamar-nos, quando quiser, sociais-facistas, fascistas ou comunistas, o que entender, pois, enquanto se tratar de um classificativo político, a Sra. Deputada tem toda a liberdade de o fazer, eu não lha tirarei e em resposta não lhe chamarei nome nenhum, chamar-lhe-ei simplesmente Sra. Deputada.

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lemos.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Prescindo, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem então a palavra o Sr. Deputado Lopes Cardoso.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Também prescindo, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, têm a palavra o Sr. Ministro da Agricultura e Pescas.