O Sr. Amândio de Azevedo (PSD):-Para fazer algumas considerações sobre a intervenção que acaba de ser produzida pelo Sr. Deputado João Cravinho.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, julgo que o seu partido já esgotou o tempo de que dispunha.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Tenho a informação de que ainda dispomos de dois minutos c meio. Sr. Presidente.

O Sr. Presidente:-Tem V. Exa. razão. O Sr. Deputado João Cravinho é que esgotou o tempo. O critério c consentir que o Sr. Deputado fale dois minutos e meio, e só.

Tem V. Exa. a palavra.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD):-Sr. Presidente, Srs. Deputados: O exemplo da justeza das palavras do Sr. Deputado João Cravinho deriva da análise das suas últimas afirmações: o Governo deve uma explicação no País, etc., como se ainda a não tivesse dado!

Sr. Deputado João Cravinho, o Governo apresentou, através do Ministro das Finanças, oito das razões que estiveram na base da decisão que proferiu a respeito do problema que acabou de focar.

Vozes do PS: - Não é isso que está em causal

O Orador: - Essas razões foram produzidas na Assembleia da República, no quadro do debate do Programa do Governo, e não tenho culpa que o Sr. Deputado João Cravinho as não tivesse tomado em consideração.

Vozes do PS: - Não é isso que está em causa!

O Orador: - No que respeita ao programa do acto de gestão que o Governo praticou, penso que o Governo é um órgão mais qualificado do que a Assembleia da República para saber qual é a decisão mais conveniente para o País.

Nós temos competência para analisar aspectos políticos dos problemas, mas não temos competência para apreciar os aspectos de gestão dos problemas do Governo.

Protestos do PS e do PCP.

Não se exaltem, Srs. Deputados. Eu tenho o microfone, falo mais alto do que os meus amigos...

Protestos do PS.

Quando se pratica um acto de gestão o Governo é a entidade própria e competente para representar os interesses do País.

Protestos do PS.

Quais são os aspectos políticos que aqui estão em causa?

Os Srs. Deputados do PS estão muito preocupados com o problema de em vez de ser accionista o Sr. Bulhosa ser. accionista o Sr. Miguel Qina... Gostaria que me desse uma explicação acerca da perplexidade que causa na bancada socialista o facto de as acções mudarem de mão no seio dos próprios particulares!

Protestos do PS.

Sr. Presidente, chamo a atenção para o facto de não ter condições para produzir a minha intervenção.

O Sr. Presidente: - Dispõe ainda de quarenta segundos.

Tenha a bondade de continuar, Sr. Deputado.

O Orador: - Está portanto demonstrado que não há aqui modificação estrutural, no aspecto político, da situação anterior: as acções passam de um particular para outro particular.

No plano da gestão, foi dito, entre outras coesas de que me recordo, pelo Sr. Ministro das Finanças, que os interesses dó Banco, avaliados por quem tem competência para os avaliar, não levavam à conclusão de que fosse de exercer acção de preferência. Além disso, chegou-se à conclusão unânime de que o preço que foi oferecido pelas acções era claramente exagerado e o investimento era inadequado para os interesses do povo português.

Posso dizer, Sr. Deputado, pêlos contactos que tive com o próprio, que aquilo que afirmou a respeito do Sr. Deputado Mário Adegas não corresponde minimamente à verdade. Ele próprio disse-me pessoalmente que a operação hão tinha significado e que se fosse necessário seriam mostrados muitos relatórios, da responsabilidade de elementos do PS, a justificar que a dec isão tomada era a que mais convinha para os interesses do nosso país.

Aplausos do PSD. do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente:-Estão esgotados os tempos do debate previsto para hoje. Seguir-se-ão amanhã as intervenções finais, começando os nossos trabalhos às 10 horas.

Está encerrada a sessão.

Deputados que entraram durante a sessão:

Partido Social-Democrata (PSD)

Adérito Manuel Soares Campos.

Afonso de Sousa F. de Moura Guedes.

Amândio Anes de Azevedo.

Amadeu Afonso Rodrigues dos Santos.

António Alberto Correia Cabecinha.

António Augusto Lacerda de Queirós.

António Duarte e Duarte Chagas.

Cecília Pita Catarino.

Fernando José da Costa.

Fernando José F. Fleming de Oliveira.

Fernando Manuel A. Cardoso Ferreira.

Jaime Adalberto Simões Ramos.