na sua esfera própria, são indispensáveis e só podem ser benéficos para o País e para o próprio Governo.

Terceiro, autoridade.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - "Autoridade" ou ditadura?!

O Orador: - Não temos dúvidas de que a autoridade deste governo vai ser posta à prova em várias ocasiões, até para o experimentar. Vão pô-la à prova a oposição, os sindicatos, os meios económicos e vários grupos sociais, profissionais e regionais, que ensaiarão obter dividendos por força das suas influências ou das suas pressões. O Governo contará com o nosso apoio para (resistir a umas e a outras e não deve temer a adopção das medidas que forem exigidas pelo interesse nacional só pelo receio de alguma eventual impopularidade.

Quarto, eficácia. Esperamos que o segundo governo da AD venha a nortear-se, tal como o primeiro, por critérios de eficiência e pragmatismo que permutam, sobretudo, conseguir resultados concretos. Esperamos que não desanime perante as adversidades que se lhe depararão, nomeadamente no processo das negociações tendentes à adesão de Portugal à CEE.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Em que ano é?!

O Orador: - Esperamos que continue a gerir com rigor e competência a economia e as finanças, condição sine qua non da vitalidade do Estado do desenvolvimento do País e do bem-estar dos cidadãos.

A Sra. Helena Roseta (PSD): - Muito bem!

O Orador - Esperamos que consiga continuar a fazer avançar em passos firmes e seguros a melhoria efectiva das condições de vida das famílias portuguesas, especialmente as mais desprotegidas.

A Sra. Ilda Figueiredo (PCP): - Dos ricos!

O Orador: - Esperamos que saiba e queira impor a necessária contenção e austeridade no sector público desmesurado que herdámos do gonçalvismo...

Uma voz do PCP: - Entregar milhares de contos aos fascistas!

O Orador: - ...na certeza de que, parafraseando André Piettre, as civilizações nascem na religião, crescem na liberdade e morrem na hipertrofia do Estado, e nós não queremos a morte, mas sim o rejuvenescimento, da nossa própria civilização.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.

Esperamos ainda que o Governo melhore a qualidade de vida dos Portugueses.

Vozes do PCP: - Isso, isso!

O Orador: - As preocupações da AD não foram nem podem ser apenas políticas e económicas, a reforma do sistema educativo,...

Vozes do PCP: - Isso!

O Orador: - ...a melhoria do ensino, a defesa e valorização do nosso património histórico, a promoção da arte e da cultura, a generalização da educação física e o fomento do desporto,...

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Vê-se!

O Orador: - ...a defesa do ambiente e a protecção da natureza, enfim, o apoio generoso à juventude - nas suas organizações, nas suas iniciativas, na sua legítima procura do primeiro lar e do primeiro emprego -, são preocupações que têm de ter toda a prioridade no conjunto dos problemas que nos propomos resolver.

Vozes do CDS, do PSD e do PPM: - Muito bem!

O Orador: - Quinto, informação. Desejamos do Governo não apenas que governe e administre os negócios públicos com competência e seriedade, mas também que Informe o País do que vai fazendo e do que projecta fazer.

A Sra. Helena Roseta (PSD): - Muito bem!

O Orador: - O Governo e a Administração Pública dos nossos dias não podem ser apenas actividades executivas, têm de ser também actividades explicativas.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Propagandísticas!

O Orador: - Que ninguém se iluda: o Governo não será julgado pelos eleitores em função da sua acção, mas sobretudo em função dos resultados conhecidos da sua acção.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Daí que nos pareça imprescindível que o Governo se empenhe activamente no domínio da informação e da explicação constante das decisões que toma e dos motivos por que as toma.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM e protestos do PCP.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Viva o Proença de Carvalho!

Vozes do PSD: - Cale-se!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, pedia-lhes o favor de não estarem numa interrupção permanente, porque, embora o Regimento admita a figura do aparte, o aparte continuado deixa de o ser, para passar a ser uma perturbação de quem está no direito legítimo de usar da palavra.

Vozes do PSD e do CDS: - Muito bem!

A Sra. Zita Seabra. (PCP): - Há bocado não disse isso!

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade de continuar, Sr. Deputado Freitas do Amaral.