o inventário prévio e rigoroso dos meios. É pena que assim seja. Os debates parlamentares suscitam assim cada vez menos a atenção do grande público, correndo-se o risco sério de nunca se descer ao âmago das coisas, ao que verdadeiramente interessa, saldando-se tudo - e apenas - por algumas excelentes frases sonoras e pelas consabidas generalidades.

Não ignoro, nem quero ignorar, as dificuldades do Governo, nem desejo confinar-me numa crítica meramente negativa. Contudo, este governo vem detrás, tem a mesma maioria de apoio e, por isso, não pode enjeitar as responsabilidades contraídas pela gestão anterior.

Vozes do PS: Muito bem!

O Orador: - É fiel, como caprichou em sublinhar, a orientação passada. Não se pode, portanto, queixar de certas dificuldades que foram criadas por medidas tomadas no aceso da luta eleitoral, para cativar certos sectores da população e com perfeita consciência dos efeitos, em matéria de desequilíbrios financeiros, que iriam provocar.

O Sr. José Niza (PS): - Muito bem!

geral. A sua oposição é, pois, global e não depende de mudanças do pessoal governante, ditadas por exigências conjunturais. Não seria lógico, portanto, que concedesse a este novo governo da AD - que, como tal, aliás, frontalmente se apresenta - o simples benefício da dúvida, que não concedeu ao anterior.

O Sr. António Arnaut (PS): - Apoiado!

não deixar degradar, mais a qualidade de vida dos Portugueses.

O Sr. António Arnaut OPS): - Muito bem!

O Orador: - Não praticaremos, portanto, a política do "quanto pior, melhor", ou do "bota-a-baixo". Nesse sentido, o Governo pode contar com o nosso concurso -sempre que para tal formos solicitados -, designadamente na busca de soluções que visem defender o nível de vida dos trabalhadores, as condições de trabalho e os interesses dos Portugueses no Mundo.

Aliás, numa sociedade pluralista, como a nossa, o Governo representa um dos centros de decisão - embora porventura o mais importante, dado o gigantismo burocrático do Estado e a sua própria estrutura retrógrada e centralizadora.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Muito bem!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador. - E é a esse sistema que se deseja voltar invocando a libertação da sociedade civil?

Sejamos claros: os socialistas democráticos não favorecem a colectivização da economia porque nunca confundiram socialismo com estatização burocrática.

Aliás, têm-no demonstrado à saciedade por todo o lado, mas aqui porventura com mais vigor do que em qualquer outra parte da Europa, designadamente no momento da grande confrontação de 1975. Mas os socialistas são fiéis ao princípio constitucional de que o poder económico se deve subordinar ao poder político democrático que resulte da vontade popular livremente expressa e, por outro lado, não têm qualquer preconceito desfavorável contra o sector empresarial público.

Defensores da iniciativa privada não julgam, entretanto, que um eventual milagre económico português possa vir a resultar da reprivatização dos sectores económicos que o 25 de Abril tornou públicos.

Vozes do PS: - Muito bem!