[...] e franceses no passado; americanos e alemães hoje, eis a imagem de uma burguesia de joelhos, submissa e indigna. Eis, Srs. Deputados, o retraio em corpo inteiro da AD e das forças que ela representa.

Vozes do PSD: - Não apoiado!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Mário Tomé, V. Ex.ª está a usar termos injuriosos ao qualificar partidos legitimamente implantados na Assembleia da República de «indignos».

Se V. Ex.ª continuar a usar esses termos, tirar-lhe-ei a palavra.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

A Sr.ª Natália Correia (PSD): - Já é altura!

O Orador: - Sr. Presidente, este tipo de situações está a repetir-se...

O Sr. Presidente: - V. Ex.ª é que tem o ónus de evitar que elas se repitam. Queira continuar, Sr. Deputado.

O Orador: - Sr. Presidente, se V. Exa me der licença, vou responder.

Eu não posso falar politicamente sem caracterizar as forças pêlos seus nomes. Quando eu digo que a burguesia está de joelhos, submissa...

O Sr. Presidente: - Não foi por isso que lhe chamei a atenção.

Não vale a pena discutirmos o assunto, mas o Sr. Deputado classificou de indigna uma coligação eleitoral, representada nesta Assembleia. Seja a respeito do seu partido, seja a respeito de qualquer outro partido da oposição ou da maioria, a Mesa não consentirá que se usem termos injuriosos. Isto é do Regimento e foi no cumprimento das minhas obrigações regimentais que lhe chamei a atenção. Como tal, dispenso as suas explicações e peço o favor de continuar, Sr. Deputado.

Q Orador: - Sr. Presidente, peço desculpa, mas V. Exa não pode dispensar as minhas explicações.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado nem sequer mas deve. Eu limitei-me a alertá-lo para uma situação. Peço o favor de continuar a sua intervenção, que interrompi no cumprimento de uma obrigação regimental.

Assim, considero encerrado o incidente.

as expressões «libertar a sociedade civil do Estado» e «democracia plena». A burguesia portuguesa, na sua esperteza saloia, julga que o verniz palavroso esconderá dos trabalhadores e do País a realidade crua e brutal.

Para a AD, já aqui foi dito e reafirmo-o agora. «libertar a sociedade civil do Estado» significa subverter a Constituição restrihngir às liberdades, destruir a Reforma Agrária, entregar o sector [...] aos monopólios privados, vender ainda mais a nossa Pátria ao estrangeiro «Liberdade plena» para a AD significa a repressão sobre os trabalhadores, os despedimentos colectivos e selectivos, as milícias patronais, a repressão da GNR, da PSP e das polícias políticas, a continuação das prisões para [...]

Como pode a burguesia entrar numa luta de libertação contra o seu próprio instrumento fundamental de exploração e repressão que é o Estado?

Do ponto de vista teórico e histórico, trata-se de uma grosseria sem paralelo. Mas a teoria da AD é outra e [...] a ver com o escamoteamento do papel repressivo do Estado capitalista contra os trabalhadores.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Aqui, no Parlamento vamos votar contra a moção de confiança, mas o Programa do Governo passou, com a confiança expressa da maioria parlamentar que é minoritária a nível do País.

Risos do PSD.

Por isso trocam [...], o Governo e a maioria, para esconderem as fissuras, que corroem as suas entranhas e para tentar esconder a desconfiança que cada vez mais a generalidade dos portugueses lhes vota.

A resposta popular, ao vosso Programa e à vossa prática será naturalmente consequente com esta desconfiança. A [...] eleições presidências de 7 de Dezembro foi o princípio, do fim de uma aliança reaccionária próxima será mais estrondosa, mais profunda, abrindo-se [...] ao povo português novos caminhos de progresso," mudança e liberdade.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Tanta asneira junta!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Herberto Goulart.

O Sr. Herberto Goulart (MDP/CDE): - Sr. Presidente Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: As moções de rejeição apresentadas pêlos partidos que integram a FRS, pelo PCP e pelo meu próprio partido foram recusadas por todos os deputados da maioria parlamentar.

O VII Governo acabava, pois, de estar legalmente constituído, quando apresentou uma moção de confiança, aliás já anunciada previamente.

Já aqui afirmámos, em momentos anteriores, ser nosso entendimento de que a finalidade própria da [...]