soberania, para a construção do Estado que queremos forte e participação de um governo intimamente ligado ao Pais e à sua base social de apoio.

Sr. Primeiro-Miinistro, não é apenas por o CDS ser o segundo maior partido da AD e ter militantes seus à frente de vários Ministérios e Secretarias de Estado que, com grande regozijo, o saúda e se declara solidário com o Governo a que V. Ex. preside. Hoje, nesta sala, o presidente do nosso partido, Prof. Premas do Amaral, com a autoridade que é sua, numa intervenção a todos os títulos brilhante explicou como o CDS encara o seu governo e o empenho que põe na execução dos ideais da Aliança Democrática, que estão consubstanciados no Programa do Governo.

Nas eleições de 5 de Outubro os Portugueses reafirmaram a sua opção por um programa donde se salientam seis linhas mestras fundamentais: unir os Portugueses; criar riqueza e distribui-la com justiça; lutar contra a inflação e o desemprego; dar prioridade aos mais desfavorecidos; consolidar a democracia e regionalizar o País; modernizar Portugal e avançar para a Europa.

Aplausos do CDS, ao PSD e do PPM.

Para nós, deputados do CDS, não se traia de opções novas. No nosso programa eleitoral de 1976, quando ainda estavam a crepitar os fogachos do gonçalvismo, já ncs batíamos por todas estas grandes metas e durante o tempo em que fomos oposição não deixámos de lutar por estes ideais. Quem se der ao trabalho de folhear os Diários da Assembleia da República: ali encontrará dezenas de intervenções em que, perante a metiçaria dos governos socialistas ou o utopismo dos governos presidenciais, invectivámos as outras bancadas e os governos pela sua passividade perante tão trágico espectáculo que o Estado então dava aos Portugueses.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: -Hoje, sabemos que não nos sentimos arrastados no plano inclinado do descalabro e milhões de portugueses confiam no governo da AD. Dependerá do cumprimento do Programa hoje passado criar as condições internas para a realização dos investimentos, como pressuposto da criação de novos postei: de trabalhe, travar o aumento incontrolado do custo de vida, subordinando toda a politica económica à preocupação constante de a congregar com a política de bem-estar e de melhoria da qualidade de vida dos Portugueses, de defesa do ambiente e de aprofundamento de uma realista política cultural.

É pois, para manter, para insistir e para alargar o amplo consenso do eleitorado, nas próximas eleições para realizar a mudança que a Aliança Democrática prometeu, que o meu grupo parlamentar se declara solidário com o Primeiro-Ministro e concede a plena confiança para ele e os -seus Ministros governarem Portugal até 1984.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Lage.

O Sr. Carlos Lage. (PS):-Sr. Presidente, Sr. Primero-Ministro, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: A apresentação de uma moção de confiança no âmbito do acto de investidura parlamentar do Governo é um acto bizarro do ponto de vista constitucicnal.

A Constituição, muito naturalmente, não fixa nenhum prazo dentro do qual seja vedado ao governo colocar a questão da confiança. Mas assim acontece porque a Constituição pressupõe uma classe política inteligente e que se move por critério de racionalidade.

Vozes do CDS: -E é!

O Sr. Antóino Arnaut (PS) - Muito bem!

desta moção: "De como uma moção de confiança, que deveria ser um acto sério, se pode converter numa boa piada".

Sr. Narana Coissoró (CDS): -Boa piada!

O Orador -Aliás, este cerimonial a que o Governo nos submete nem sequer é original. Remete-nos para um ritual semelhante do governo antecedente.

Mas vale a pena assinalar, a diferença: aquilo que com o Executivo precedente foi um acto de arrogância e um pura e gratuita manifestação de força converteu-se, neste caso, numa pálida imitação e numa tentativa de comprometer, pública e formalmente, os