O Orador. - Este governo prossegue, na política de saúde que realizou o governo anterior. O resultado viu-se: a assistência médica em Portugal está pior que nunca e nos bancos dos principais hospitais é o "apocalipse now".

Aliás, em matéria de bancos, sejam eles de hospitais ou da finança, o Governo é perito. Talvez Miguel Quina queira comprar também o banco do Hospital de S. José, para aí lazer uma clínica privada!

Aplausos do PS. do PCP. da ASDI e da UEDS.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo: Confiamos na Lei do Serviço Nacional de Saúde como quadro imprescindível para resolver cabalmente os problemas. Não confiamos nada no Programa deste governo.

"O sucesso ou fracasso da educação comanda o futuro do homem", diz G. Friedmann.

Este governo não dá as mínimas garantias de democratizar a educação. Ao contrário, até a JSD o reconhece!

Não respeitará nem aplicará os critérios de uma autêntica democratização nem quanto à extensão da base social do ensino nem, muito menos, relativamente aos valores transmitidos pela escola.

A política deve ser, ela mesma, educada e educadora. A democracia compreende na sua essência um projecto educativo e cultural livre e criador.

A política educativa deste governo já é e será um fracasso. Por isso, ò Ministro da Educação guardou o prudente silêncio no decorrer dos debates.

O Sr. Manuel Moreira (PSD):-Não apoiado!

O Orador: - As mulheres, os jovens e os velhos, que são os últimos a encontrar emprego e os primeiros a ser despedidos, nada podem esperar deste governo.

Os trabalhadores têm sobejas razões para temer os despedimentos sem justa causa, sob o falso pretexto do saneamento financeiro das empresas!

Têm razões para recear um novo tecto salarial. Podem esperar uma deterioração da sua participação no rendimento nacional, em benefício dos detentores do capital.

Este governo não tem ideias claras e distintas, tão caras a Descartes. Não tem método, isto é, não sabe o caminho para o lugar para onde viaja. Quer viajar, mas não sabe como. É conservador. Fica no mesmo lugar, fingindo que anda.

Ficámos constrangidos e cansados com o discurso deste governo e desta maioria: expõe concepções da sociedade que não são nossas, acha bom o que achamos mal.

Não se concede confiança -ainda por cima a despropósito- a um governo do qual há mais razões para desconfiar do que para confiar.

O Sr. Lacerda de Queirós (PSD): - Não apoiado!

O Orador - A dada altura, o Sr. Primeiro-Ministro falou nos fantasmas freudianos da oposição. Se Freud fosse deputado explicar-lhe-ia, Sr. Primeiro--Ministro, que a sua moção de confiança não é mais

do que uma espécie de ursinho de peluche com que o Governo se deita para não ter medo ou terrores nocturnos.

Aplausos do PS. da ASDI e da UEDS.

Votaremos contra a moção de confiança com redobrada convicção, mas algum enfado.

Esta votação não despertará qualquer emoção ou trará qualquer novidade. Apenas terá a indiferença da população.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Jorge Lemos (PCP); -.Muito bem!

O Orador.- Finalmente, Sr: Presidente é Srs. Deputados, urge revalorizar as funções e o papel do Parlamento. Opomo-nos a que este seja remetido a um papel secundário, sob pretextos de ordem técnica ou invocando a força da natureza.

Continuaremos, assim, a pugnar ... pela alteração dos seus métodos de trabalho e pela sua função como órgão essencial de soberania.

Não concedemos ao Governo o benefício da dúvida, como oposição clara e frontal que somos rés de um projecto de sociedade.

Se o Governo passou nesta prova parlamentar, terá de se submeter ainda à prova real do futura Não são as palavras que contamos seus actos.

Aplausos do PS, da ASDI. Da UBDS e do MDPJ

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputada Helena Roseta.

Aplausos dó PSD. do CDS e do PPM.

O acto que aqui celebramos não representa, porém, como aqui; foi insinuado hoje de manhã, qualquer espécie? de insegurança do Governo face. à maioria que o apoia nem tentativa de "amarrar" os deputados da Aliança Democrática, a disciplina j é um meio, não é um fim, e se hoje aqui quisermos. dar provas do nosso apoio maciço e da nossa, confiança