O Sr. Presidente: - Não dei a palavra ao Sr. Deputado João Lima .para contraprotestar, anãs sim para usar do direito de defesa.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Defesa de quê? Foi acusado de quê?

A Sr.ª Alda Nogueira (PCP): - Sr. Presidente, penso que o Sr. Deputado João Lima protestou no uso do seu direito de defesa e, portanto, creio que tenho o direito de contraprotestar.

O Sr. Presidente: - Bem ... tem V. Ex.ª a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Alda Nogueira (PCP): - Em primeiro lugar, quero chamar a atenção da Câmara, e particularmente, a do Sr. Deputado João Lima para o facto de ser significativo donde vieram os aplausos de apoio à sua intervenção,...

Protestos do PS, do PSD e do CDS.

... exactamente daqueles que enchem a boca com a defesa dos direitos humanos e Que, na prática, os violam a todo o momento e nas mais variadas situações.

Protestos do PS, do PSD e do CDS.

Em segundo lugar, queria apenas dizer que o Sr. Deputado João Lima não tem o direito de admitir ou não que o meu grupo parlamentar venha aqui defender esta ou outra posição, venha aqui denunciar factos conhecidos e confessados publicamente. Não se trata de qualquer invasão - eu nem sequer usei a palavra invasão -, mas de apoio económico, militar e político dado pelo imperialismo americano e confessado pelos próprios dirigentes dos Estados Unidos." Será que o Sr. Deputado João Lima é mais papista que o Papa?

O Sr. Carlos Lage (PS): - A senhora é que é mais kremlinista que o Kremlin!

A Oradora: - É caso para se perguntar ... Fico-me por aqui, Sr. Presidente...

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Oliveira Dias, para uma declaração de voto.

informações que temos não nos permitem retirar à Junta presidida por Napoleón Duarte o apoio que lhe demos, aqui nesta Sala, quando ela iniciou o seu esforço no sentido de abrir perspectivas de normalização democrática à vida política do seu país contra ultrajes e contra a força física provenientes, repito, tanto da extrema-esquerda como da extrema-direita.

Em relação ao voto do PCP, votámos contra, porque quando o Partido Comunista fala em liberdade e em opressão, em regra, não está a falar da mesma liberdade de que falam os homens e os países livres. Segundo palavras aqui repetidas, o Partido Comunista ao falar de Uberdade refere-se à Reforma Agrária, no seu entendimento do que ela deve ser, refere-se ao controle operário e às nacionalizações.

A Sr.ª Alda Nogueira (PCP): - Isso são conquistas de Abril!

O Orador: - Estas são palavras ouvidas muitas vezes da boca dos Srs. Deputados do Partido Comunista!

O Partido Comunista, quando invoca a defesa da liberdade, pretende instrumentalizar a palavra para a pôr ao serviço da sua estratégia de conquista do Poder, e a isso nós opomo-nos e continuaremos a opor-nos,, onde quer que tal se processe, seja em relação a quem for que essas vozes se levantem!

Aplausos do CDS.

Em relação às declarações prestadas pelo Partido Comunista a este respeito, não posso deixar sem uma observação de protesto a referência feita pela Sr.ª Deputada à venda de armas. Isso de transacções de armas para boas mãos é negócio dos senhores, não é negócio do Governo da AD, nem nunca será!

Aplausos do CDS.

E queria. ainda dizer-lhe que é efectivamente significativa - como tem sido todos estes anos - a distribuição dos aplausos em relação à intervenção do Sr. Deputado João Lima» porque aplaudiram as suas palavras aqueles que defendem, no nosso entendimento, a liberdade e os direitos humanos, e não o vosso entendimento e a instrumentalização que deles fazem.

Vozes do CDS: - Muito bem!

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Borges de Carvalho.