Naturalmente que isto, à primeira vista, parece algo de estranho. Quando se deveria exigir de uma entidade operante, capaz - e dando agora de barato que é positiva a realização da zona de jogo de Tróia -, aquilo que pareceria pertinente, que seria criar condições para a valorização do próprio empreendimento de Tróia, é estranhamente disperso por situações em relação ao resto do País, como se não fosse muito mais válido em relação a estes empreendimentos novos pô-los oportunamente a concurso e adjudicá-los a quem oferecesse melhores condições e não a quem, neste momento, assume esse compromisso sem concorrência, sem comparação com outros eventuais interessados nas seis citadas zonas do País.

Agora, em concreto, para além desta questão muito pormenorizada, haveria algumas questões que retomaria, às quais pedia ao Sr. Secretário de Estado o favor de me responder, que são as que, de facto, penso serem significativas. Nomeadamente, recordo-me que no debate anterior relativo a este assunto, no final da passada sessão legislativa, o Sr. Secretário de Estado do Turismo, então o Dr. Alberto Regueira, considerou que seria indispensável o Governo realizar estudos pormenorizados e cuidados para determinar de um eventual interesse da criação da zona de jogo de Tróia. Pergunto, pois, ao Governo se esses estudos foram realizados e se está disposto a facultá-los a esta Câmara ou se teremos de, para isso, utilizar o mecanismo do requerimento ao Governo para os obtermos.

Como segunda questão, pergunto se o Governo aqui pode citar quais serão os resultados económicos que atribui para o empreendimento de Tróia devido à instalação de uma zona de jogo, em alternativa com uma situação de desenvolvimento turístico em Tróia sem passar pela exigência de existência de uma zona de jogo.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Filipe Madeira.

O Sr. Luís Filipe Madeira (PS): - Sr. Secretário de Estado do Turismo, começo por lhe agradecer as palavras que me dirigiu e que recebo com a convicção de que, de facto, quando estive na Secretaria de Estado do Turismo fiz aquilo que pude com honestidade e com empenho. Espero que, de algum modo, tenha contribuído para facilitar a sua actual tarefa e, sinceramente, desejo-lhe felicidades no exercício do sou cargo, que não é tão fácil como poderá parecer à primeira vista, mas que V. Ex.ª certamente, saberá tornar mais fácil.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Depois deste pequeno intróito, meramente protocolar mas sincero, analisaria então, já sem nenhum cunho pessoal e apenas num relacionamento bancadas parlamentares/Governo - despessoalizando o Sr. Secretário de Estado, vendo apenas a instituição e não a pessoa em si -, a intervenção do Sr. Secretário de Estado.

Em primeiro lugar, pareceu-me que V. Ex.ª estava cheio de dúvidas quanto às vantagens e quanto ao interesse desta zona de jogo de Tróia. Isso podei dever-se a várias coisas. Não quero ser demasiado injusto, mas pode até, e compreensivelmente, dever-se à novidade que são para si estas questões e, portanto, a um certo receio de entrar em áreas em relação às quais, naturalmente, ainda não se sentirá como "peixe na água".

Na verdade, V. Ex.ª ao falar em nome do Governo, deu mais a ideia de um réu que se defende de acusações que lhe são atribuídas do que alguém que aqui vem defender algo empenhadamente e desenvolver toda a filosofia que está subjacente a maioria disse que sim! O Sr. Secretário de Estado diz que não, e que nem tinha de ser! Permita-me que duvide que não tivesse de ser. Nestas questões é sempre bom ouvir os especialistas pois é para isso que eles lá estão, mesmo que não sejam acatados os seus pareceres.

Congratulo-me pelo facto de o Sr. Secretário de Estado ter dito que o contrato de viabilização da empresa Torralta não fala no jogo. Isto faz com que, portanto, um argumento que foi trazido à colação no ano passado caia pela base, o de que o jogo viabilizaria uma grande empresa. Ficamos, pois, a saber que a empresa tem condições, é viável, tem um contrato de financiamento que lhe assegura a viabilização sem necessidade do jogo.

Finalmente, perguntava ao Sr. Secretário de Estado, na esteira dos argumentos que expendeu quanto à