nos do MAP, acompanhados por cerca de duas centenas de guardas da GNR, pura e simplesmente roubaram todo o efectivo pecuário da cooperativa, cerca de 1700 cabeças de gado, mais de 20000 contos.

Nem uma notificação à cooperativa; nem sequer uma justificação. Os serviços do MAP em Portalegre afirmam ser «coisas da GNR»; esta, por sua vez, afirma ter sido requisitada pelo MAP.

E, assim, sem mais, a cooperativa vê-se privada da sua principal base de actividade. A favor de quem não se sabe, mas presume-se. Com que pretexto? O mesmo de sempre: destruição das Cooperativas, reconstituição dos latifúndios, abalar a já débil economia nacional.

Serve esta intervenção para denunciar a esta Assembleia e à opinião pública a demagogia do Governo no que à agricultura diz respeito. Ao mesmo tempo que diz que vai tomar medidas para os agricultores e para a agricultura, o Governo permite que a água armazenada nas pequenas barragens corra o risco de não ser aproveitada, permite ainda que haja barragens abertas não aproveitando a água que vai nascendo, permite ainda que muitos milhares de hectares de alqueives feitos pelas cooperativas e entregues aos agrários continuem por semear. Um governo que permite todos estes crimes contra a economia nacional não tem moral para falar em medidas de protecção à agricultura e aos agricultores.

Perante isto tudo, Srs. Deputados, bem se pode dizer que se o rei não vai nu, já só lhe resta a parra.

Aplausos do PCP, do MDP/CDE e da UEDS.

O Sr. Mário Lopes (PSD): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Custódio Gingão para responder.

O Sr. Custódio Gingão (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vou responder muito rapidamente, mas antes disso quero dizer que a minha intervenção de há uns dias atrás produziu alguns efeitos. Afinal o Sr. Deputado já não protesta, faz perguntas. Ainda bem que aprendeu a lição.

Aplausos do PCP.

O Sr. Deputado pergunta-me se é o governo da AD que é o culpado de haver seca. Evidentemente que não, mas este governo já estava a querer valer-se da seca para se desculpar por não ter tomado medidas.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Muito bem!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - O que o Governo tem feito é ir à televisão fazer demagogia e desculpar-se com a seca para encobrir a sua incapacidade de governar. Esta é que é a verdade.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Quanto às outras perguntas, o Sr. Deputado deve fazê-las ao Governo, pois é ele que deve fazer um inquérito e deve saber disso. O Sr. Deputado quer valer-se do Plenário para obter essas informações. Contudo, não é este grupo parlamentar que tem de responder, mas sim o Governo. Se o Governo não é competente para isso, não sou eu que vou responder-lhe.

O Sr. Presidente: - O Grupo Parlamentar da UEDS, que tinha inscrito o Sr. Deputado António Vitorino, cedeu a sua posição para uma intervenção de cinco minutos à Sr.ª Deputada Zita Seabra.

Portanto, tem a palavra a Sr.ª Deputada Zita Seabra.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Trazemos hoje aqui uma situação escandalosa a que a Assembleia da República e, particularmente, a sua Comissão de Cultura não podem continuar alheias.

Trata-se da situação em que se encontra o Conservatório Nacional, que é, como sabem, constituído por cinco escolas de arte: música, teatro, dança, educação pela arte e cinema.

O Conservatório Nacional é das poucas instituições existentes no País onde se ensinam diversas artes. Escolas de teatro, por exemplo, só existe mais uma em Évora, a de cinema e a de educação pela arte são únicas no nosso triste panorama.

Mas, quando seria de esperar que esta escola, por ser quase única num país tão necessitado de desenvolvimento das potencialidades culturais do seu