de rentabilidade e segurança para atrair avultados investimentos privados nacionais e estrangeiros na mira de uma rápida reconstituição da concentração capitalista.

Mas o modelo de liberalismo económico que a AD projecta traz consequências graves para largas e diversificadas camadas e grupos sociais do nosso país, cuja economia atrasada se integra num espaço cada vez mais amplo.

Os capitais nacionais e estrangeiros, colocam como condição indispensável a alteração das leis no domínio das relações do trabalho - limitações na Lei da Greve, facilidades legais de despedimentos, dificuldades para a actuação dos sindicatos, obstáculos e limitações à intervenção dos trabalhadores nas empresas, aumento das práticas repressivas do grande patronato.

Apesar da prudência do Ministério do Trabalho em produzir alterações legais ao quadro actual das relações de trabalho - não estivessem no horizonte eleições a 5 de Outubro e a 7 de Dezembro ... -, quase um ano de actuação governamental foi desenvolvido no objectivo de facilitar os desejos do grande capital: os aumentos salariais médios

Aplausos do MDP/CDE e do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

o pedido de confiança a esta Assembleia da República quaisquer perspectivas, nem sequer intenções reais de os resolver.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: São 19 horas e 38 ministros! Assim falava aos microfones da RDP, denunciando involuntária -: mente a verdadeira fonte da sua inspiração, um dos homens de mão do Governo, um fura-greves, daqueles metidos à pressa para fazerem o mascaramento das verdadeiras intenções deste executivo e darem publicidade à sua demagoga, deturpando a informação, manipulando a opinião pública, num gravoso atentado aos interesses dos cidadãos e às fustas reivindicações dos jornalistas que são ferozmente perseguidos e marginalizados.

Que confiança merece um Governo que consente e fomenta práticas de administrações corrompidas e terroristas, que não hesitam em usar a política contra os órgãos representativos dos trabalhadores, em total desrespeito pela lei e pela Constituição?

Apenas poderá merecê-la por parte do g rande patronato e das multinacionais, que, tendo em vista a obtenção de lucros cada vez mais fáceis, atacam ferozmente as conquistas e direitos dos trabalhadores, em especial os seus órgãos de classe e delegados democraticamente escolhidos. Por isso se apoiam e apoiam um Governo que, no campo legislativo, lhes abre caminho, apontando para a revogação de toda a legislação favorável aos trabalhadores, fazendo, em contrapartida, aprovar leis que facilitem os objectivos patronais.

Para além das comovedoras juras de fidelidade à democracia e de amor pelo próximo que aqui nos traz o Primeiro-Ministro e o Governo àqueles que passam