introduzidas e, por exclusão de partes, parece que existem centrais nucleares devidamente introduzidas. Gostava de perguntar-lhe...

O Sr. Sousa Marques (PCP): - O melhor é não perguntar, porque não percebeu.

O Orador: - ...se considera que uma central nuclear devidamente introduzida é aquela, por exemplo, que foi tentada em 1976, através de um pedido de. licenciamento, na Direcção-Geral dos Serviços Eléctricos, dando três semanas para alguma reclamação pública, prazo a partir do qual estaria aprovado o projecto nuclear.

Seria introduzir devidamente uma central nuclear em Portugal, aparecer de rompante na Comissão Parlamentar de Cultura e Ambiente com um estudo económico e dizer: aprovem isto, porque precisamos do projecto nuclear imediatamente aprovado? Se isso foi assim nos tempos do gonçalvismo e sucessores, e se o Sr. Deputado Sousa Marques considera que isso é a introdução de centrais nucleares devidamente introduzidas, fico perplexo.

Em relação ao problema nuclear a posição aqui 6 muito clara. Embora lamente não ter assistido à intervenção do Sr. Deputado João Cravinho, penso que, e isto só abona em favor do Governo, se deve proporcionar de facto um mínimo de bases para uma discussão pública, como já fez num despacho o Sr. Ministro da Indústria, da opção nuclear, discussão que de todo era impossível com o projecto de Livro Branco que foi encomendado em 1977 a personalidades quase que exclusivamente a favor da opção nuclear em Portugal. Felizmente que esses tempos já mudaram e é por isso que de facto é necessário iniciar uma discussão pública,.passando por uma comissão parlamentar ou por esta Assembleia, para que se tome uma decisão sobre o nuclear.

Mas sendo tal decisão tomada aqui nesta Assembleia, então sim gostaria de saber se o Sr. Deputado Sousa Marques votará devidamente pela opção nuclear, o que não é a minha posição nem a do meu grupo parlamentar e espero que não seja a do Sr. Deputado João Cravinho.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra para responder, se assim o desejar, o Sr. Deputado Sousa Marques.

O Sr. Presidente: - Por conta de tempo cedido pela UEDS, tem a palavra o Sr. Deputado João Cravinho.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Coimbra.

O Sr. Luís Coimbra (PPM): - Apenas para apoiar as palavras do Sr. Deputado João Cravinho, que julgo que não são contraditórias com as posições asumidas pelo Governo em matéria do nuclear.

Penso, aliás, que através do próprio projecto de Livro Branco - julgo que o Sr. Deputado também o conhece, tal como eu -, mesmo a preços de 1977 ou com a sua actualização, assim como uma actualização dos factores de carga das centrais nucleares, se pode provar que o custo do kW do nuclear nunca será, nem o era em 1977, competitivo com uma solução de centrais de carvão ou mesmo de petróleo.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Azevedo Soares.

O Sr. Azevedo Soares (CDS): - Queria interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

Registei que o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Sr. Deputado João Cravinho, no uso de tempo de que dispunha a UEDS, sem que tivessem sido consultados os grupos parlamentares. Não quero de maneira nenhuma estar a levantar essa questão. Simplesmente isso é uma violação da regra da distribuição dos tempos e penso que tal sistema não deve constituir prática desta Assembleia.

Se assim for, todo o sistema de distribuição de tempos terá de ser revisto e os tempos mínimos fixados em função da existência de vários grupos parlamentares pequenos deixarão de existir.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Azevedo Soares gastou tempo do seu grupo parlamentar à vontade, mas permitia-me lembrar-lhe, porque está escrito e resulta da Conferência dos Grupos Parlamentares, que pode haver cedência de tempos entre os vários