Também não concordamos que nesta perspectiva se apoie uma maior produção, pois assim vamos ao encontro dos interesses dos grandes capitalistas - maior produtividade -, o que, em nosso entender, é contra os trabalhadores, pois são os grandes monopolistas e capitalistas que têm na mão a estrutura económica. Tal estrutura funcionará sempre, a favor dos capitalista, isto enquanto os trabalhadores não impuserem a sua vontade.

Para finalizar, e em síntese, a economia do País encontra-se presentemente nas mãos do grande capital, sendo a economia e a situação política comandadas pelos seus representantes, a AD e o Governo. Ora a economia a desenvolver-se neste sentido é sempre contra os trabalhadores, os operários, os pequenos e médios camponeses, industriais e comerciantes. Mais: com tal economia é o desenvolvimento dos monopólios que se impõe. Por isso de nadai serve clamar contra os monopolistas se não apontarmos perspectivas justas de luta aos trabalhadores lá fora. É isso que eles claramente desejam, como o comprova, por exemplo, o caso da Petroquímica. Tal perspectiva de luta é contra os monopolistas, mas também é contra a estrutura capitalista da sociedade.

O Sr. Presidente: - Também para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Resumimos a nossa declaração de voto a isto: a um muito obrigado ao Sr. Deputado Mário Tomé, parque acaba de demonstrar a justeza da proposta de substituição apresentada pelo PCP.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Ainda para uma decoração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Amândio de Azevedo.

respeita propriamente à proposta de substituição que acabamos de rejeitar, importa demonstrar roda a demagogia que o Partido Comunista tentou trazer aqui à Assembleia da República. Nós sabemos quais são os planos do Partido Comunista, porque infelizmente já lhes sofremos as consequências. Esses planos são a colectivização de toda a propriedade e de rodos os bens, sem cuidar de saber quais são as consequências que resultam para os cidadãos e para os trabalhadores dessa colectivização. As consequências também sabemos quais são: é a destruição de toda a economia, é o desmantelamento de todas as unidades económicas, é o abaixamento - que conhecemos no gonçalvismo - dos rendimentos e das condições de vida de toda a população portuguesa.

Depois viria o resto. Quando o Estado tivesse, dentro do plano do Partido Comunista, todos os bens de produção na sua mão, a situação seria aquela que se verifica na Polónia e noutros países de Leste: atrás da miséria material vinha a mi séria política e a miséria moral.

Aplausos do PSD do CDS e do PPM.

Transformávamo-nos todos nós em bonecos perfeitamente comandados pelo poder central, pelo Partido Comunista, e quem tivesse a ousadia de se rebelar contra esse poder sofria as. consequências que sabemos que sofrem aqueles que nesses países resistem a todo este processo de subjugação e de liquidação completa das liberdades do homem. Não foi por acaso que ainda hoje ouvimos quo na União Soviética o académico Andreï Sakharov continua a ser submetido às maiores violências, tendo-lhe sido roubados, nomeadamente, o produto do seu trabalho e os seus documentos e tendo sido completamente impedido de exercer os seus direitos de pessoa humana.

Foi, pois, pôr essas razões que nós votámos contra a proposta de substituição do PCP à proposta de lei do Plano.

Aplausos do PSD do CDS e do PPM.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Isso demonstra bem a sua falta de razão.

O Sr. Presidente: - Ainda para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel dos Santos.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Começaria esta curta declaração de voto que vou proferir com uma observação preliminar: "Bem prega Frei Tomás!" Realmente, acabamos de ouvir o Sr. Deputado Amândio de Azevedo, que tinha concordado com o não afastamento da ordem de trabalhos, fazer o maior afastamento que aqui se fez, até do ponto de vista geográfico, uma vez que invocou a Polónia e nós estamos em Portugal.

Vozes do PS: - Muito bem!