Vozes do PS: - Muito nem!

A Oradora: - Um outro protesto que queria fazer é porque o 12.º ano é profundamente elitista, e os Srs. Deputados da AD já não sabem o que é elitismo e também já não sabem o que é combater as discriminações sociais. Basta, por exemplo, referir o que acontece em Lisboa e em Chelas: na cidade universitária foram-se inscrever milhares de alunos, que depois foram distribuídos por Chelas e por Algés, e, simultaneamente, inscreveram-se os professores profissionalizados de melhores qualificações. Ora, esses professores não foram distribuídos nem por Chelas nem por Algés e ficaram, sim, todos eles na cidade universitária, ao passo que os professores profissionalizados com pior preparação estão em Chelas e em Algés, porque é para Chelas que vão os alunos nocturnos de Vila Franca de Xira, do Poço do Bispo, etc., que não são os bairros realmente ricos da cidade de Lisboa.

Vozes do PS: - Muito bem!

A Oradora: - Isto é profundamente elitista e só não o vê quem não sabe.

Aplausos do PS, da ASDI e da UEDS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Cunha Pinto.

O Sr. Cunha Pinto (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em relação à última intervenção da Sra. Deputada Teresa Ambrósio, queria dizer que não há dúvidas de que o Partido Socialista já nos habituou àquilo que ia fazer, mas nós sabemos aquilo que ele fez.

Vozes do PSD, do CDS e do PPM: - Muito bem!

O Orador: - Quanto à posição do Sr. Deputado da Juventude Socialista, Luís Patrão, que se referiu às divergências existentes na JSD quanto à posição do Sr. Ministro da Educação e Ciência, eu tenho claramente de me rir. Ora, o que acontece é que as pessoas de certos partidos, e eu acredito que o Partido Socialista ainda é um partido democrático,...

Risos do PS.

...não podem compreender que numa organização de juventude se possam debater de uma maneira aberta e franca as posições do Ministério da Educação, e mal de nós se todos pensássemos da mesma maneira sobre a política do Ministério da Educação. Sei que isso se passou com a Juventude Socialista e também sei que os senhores pagaram a factura por isso.

Agora, no que diz respeito a divergências, por amor de Deus, vejam o que se passa dentro da vossa casa!

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente:- Tem a palavra o Sr. Deputado Virgílio Rodrigues.

O Sr. Virgílio Rodrigues (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pedi a palavra apenas para responder à Sra. Deputada Marília Raimundo, aliás com muito gosto, uma vez que somos colegas; para além da nossa função cívica aqui nesta Câmara.

É claro que a Sra. Deputada, como professora que é, sabe perfeitamente que o 12.º ano não tem defesa possível. Por outro lado, a Sra. Deputada não apresentou realmente razões nenhumas que rebatessem as minhas afirmações, limitando-se a fazer uma análise e a condenar a criação do ano propedêutico. Evidentemente, eu também tenho o meu ponto de vista crítico em relação ao ano propedêutico. Simplesmente, nós não estamos aqui para falar sobre o ano propedêutico, mas estamos, sim, a discutir o problema do 12.º ano, o que a Sra. Deputada efectivamente não fez.

Na minha intervenção referi-me à via do ensino do 12.º ano como tendo sido apenas criada nas capitais de distrito. Admito que possa não ter sido apenas criada nas capitais de distr ito, mas foi, pelo menos, nos grandes centros populacionais, o que, desde logo, discrimina os alunos...

A Sra. Amélia de Azevedo (PSD): - Não diga isso, Sr. Deputado!

O Orador: - Bom, eu só me calo quando fala a minha mulher. Portanto, faça favor de me ouvir até ao fim, Sra. Deputada.

A Sra. Amélia de Azevedo (PSD) - Aonde chegámos, Sr. Deputado!

O Orador - Portanto, o facto de as escolas em que se lecciona o 12.º ano estarem instaladas nos grandes centros populacionais cria, evidentemente, dificuldades económicas, e não só, a todos os alunos que vêm do meio rural. E eu podia dar-lhe um, dois, três, quatro ou cinco exemplos de aldeias que, até por sinal, têm televisão, mas têm apenas uma ou duas carreiras de transportes por dia e, portanto, torna-se dificílimo atingir os grandes centros populacionais para frequentarem as aulas. Logo a partir