sembleia, um requerimento perguntando quantos professores existiam dispensados de aulas e para quê e até hoje não obtive resposta.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Mas o PPD sabe!

O Orador: - Talvez saiba melhor o PCP, porque muitos deles vêm desde o período gonçalvista.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.

A nossa metodologia pedagógica, fazendo girar o processo educativo em função do conceito da pessoa - seu fim e seus meios - exige uma correcta definição dos princípios básicos em que se procure a actividade, a individualização, a socialização, a liberdade, a criatividade e o autocontrole.

Uma programação tem de ser funcional, tendo em vista uma tríplice classe de exigências: da pessoa, da sociedade e da ciência.

Estando o ensino ao serviço da personalidade do educando, temos de considerá-lo numa dupla vertente: afectiva e cognitiva, idade e interesses. Assistimos a uma transformação rápida da sociedade, o que em grande parte originou a diversificação e mudança nos programas do ensino. Não são só as exigências técnicas e científicas que provocam essas alterações, mas principalmente a influência social, as circunstâncias, quando não as ideologias dominantes nos grupos responsáveis.

A sociedade exige à escola que a sua programação esteja vinculada às necessida des, à problemática actual, de modo a facilitar a integração dos alunos e a permitir-lhes o assumir das suas responsabilidades como futuros cidadãos. A formação integral do educando tem de compreender os aspectos humanos, científicos e técnicos adaptados às aptidões individuais. Os objectivos gerais do ensino terão de ser concretizados em cada disciplina e em cada pessoa. Se os conteúdos programáticos não podem nem devem cristalizar, acompanhando o progresso científico, também as técnicas pedagógicas estão em mudança. Há que adaptá-las aos fins que nos propomos atingir.

Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Deputados: O mal do ensino em Portugal vem de longe e por vezes, ao pretender-se alcançar fins louváveis, correm-se riscos difíceis de corrigir.

Há quase duzentos e cinquenta anos o marquês de Pombal instituiu no nosso país, nas principais cidades, o ensino primário estatal, com as escolas régias. De então para cá e sucessivamente, salvo um curto e honroso período e uma louvável preocupação do governo provisório da I República, o ensino primário, esteve sempre com os seus programas orientado ao serviço das cidades, com desprezo do campo, servindo o êxodo para os centros urbanos e a imigração. Temos hoje a maior taxa de analfabetismo da Europa, que iremos certamente combater sem tréguas.

Lembro também a necessidade de se intensificar cada vez mais o ensino do Português no estrangeiro e cuidar com a maior atenção os problemas sociais e educativos dos migrantes da segunda geração.

Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Deputados: A vitória da AD foi a vitória da juventude frustrada em matéria de educação e política de primeiro emprego. Espero, Srs. Membros do Governo, que este debate, em tão boa hora empreendido, possa ser um incentivo para levar a cabo uma verdadeira reforma do ensino em Portugal, reforma coerente, que dê resposta aos anseios que satisfaçam o bem-estar social de todos os Portugueses.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado César Oliveira.

Vozes da UEDS e do PS: - Muito bem!

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Estragou tudo!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Adriano Rodrigues, suponho que ainda há mais pedidos de esclarecimento relativos à intervenção que acabou de fazer.

Deseja responder já ou no final?

O Sr. Adriano Rodrigues (CDS): - Respondo no final, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sra. Deputada Teresa Ambrósio.

A Sra. Teresa Ambrósio (PS): - Sr. Deputado Adriano Rodrigues, a pouca experiência que tenho